Cada uma das motociatas realizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos quatro anos custou, em média, R$ 100 mil aos cofres públicos. Os gastos eram bancados por meio do cartão corporativo do governo federal.
A informação consta em notas fiscais apresentadas pela Fiquem Sabendo – agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI). A empresa já havia divulgado anteriormente os gastos de Bolsonaro no valor de R$ 27,6 milhões em um dos cartões corporativos.
Gastos
- O custo médio de cada motociata era de R$ 100 mil;
- As despesas incluem hospedagem e alimentação;
- Cerca de 300 militares acompanhavam o ex-presidente em cada passeio;
- Evento exigia a presença de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército;
- Bolsonaro também realizava motociatas em período de férias, aumentando ainda mais os gastos no cartão corporativo.
Intuito. As motociatas, como foram apelidados os passeios de moto com apoiadores, eram realizadas com o objetivo de promover a imagem de Bolsonaro. As ocasiões não contavam com a divulgação de ações do governo.
Os eventos aconteciam em diversas cidades espalhadas pelo Brasil.
“Nem um centavo”. O ex-presidente disse, mais de uma vez, que nunca havia feito uso de um de seus três cartões corporativos, voltado a atender as necessidades pessoais dele. Outros dois, segundo o político, custeavam despesas diversas, como comida para 50 emas.
A jornalistas, disse que podia sacar até R$ 25 mil por mês, mas “nunca tirou um centavo” do cartão.
Padarias
O estabelecimento era o preferido de Bolsonaro para usar o cartão corporativo. Ele gastou:
- R$ 364 em 24 compras na Santa Marta, no Rio de Janeiro;
- R$ 126 mil em 102 compras na Tony e Thays, em São Paulo.
O ex-presidente também desembolsou cerca de R$ 8 mil com sorvetes, R$ 3 mil em lanches no McDonalds, R$ 109 mil no restaurante Sabor da Casa – que oferece marmitas a partir de R$ 17 –, R$ 408 mil em peixarias, entre outros gastos.