“O assassinato da quilombola em Cachoeira escancara o feminicídio num mês de luta negra e da mulher”, afirma Marta

A estudante da UFRB, Elitânia de Souza da Hora, foi morta a tiros pelo namorado quando chegava em sua residência

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia Makota Valdina, da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) repudiou, nesta quinta-feira (28), o assassinato da estudante de Serviço Social da UFRB, Elitânia de Souza da Hora, na noite da última quarta-feira (27), e disse que o crime abre ainda mais as feridas da sociedade causadas pelo feminicídio no País.

“É uma notícia que nos entristece, abala, pois se trata de um caso nítido de feminicídio. Uma coisa brutal. Elitânia era uma mulher negra, liderança quilombola, cheia de vida e de coragem, um exemplo para todos e todas”, declarou a vereadora.

Marta lembra, ainda, que neste mês de Consciência Negra e de combate internacional a violência contra mulher, quando iniciamos no dia 25 deste mês a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o assassinato da líder quilombola pelo ex-companheiro escancara o machismo e a herança patriarcal de dominação dos homens sob as mulheres que insiste em assolar o Brasil.

“Precisamos fazer valer a Lei Maria e a Lei do Feminicídio. Por mais que fiquemos tristes, precisamos resistir e nos unir ainda mais nessa luta. Assim como aconteceu com Elitânia pode acontecer com qualquer uma de nós, com qualquer uma que esteja ao nosso lado e em nosso convívio social. Se calar diante disso é, de certa forma, ser cúmplice”, afirmou.

Para Marta, as ruas, os conselhos municipais e os legislativos continuam sendo os principais caminhos para fortalecer a luta contra o feminicídio e o machismo, uma vez que, segundo ela, o governo federal tem demonstrado total descaso com as políticas públicas em prol das mulheres.

“Já vimos que o governo federal prega um discurso de ódio e misógino. Para essa quadrilha que está no poder, o lugar de mulher é dentro de casa, obedecendo aos seus maridos, submissas aos homens. Por isso, por mais que nos machuque, precisamos estar juntas nas ruas, nos espaços de poder, na frente das Câmaras, cobrando políticas públicas daqueles que nós elegemos, cobrando posicionamento. Não podemos permitir o silêncio das autoridades diante de casos como esse”, destacou.