Estudos divulgados recentemente confirmam que o etarismo afeta não apenas a situação financeira, mas também a saúde mental de profissionais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que uma a cada duas pessoas no mundo já sofreu situações preconceituosas devido à idade.
O etarismo é o termo utilizado para designar qualquer discriminação em relação à idade contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos. Um levantamento sugere que as mulheres são as mais afetadas por esse preconceito. Pesquisas dirigidas pela OMS apontam que 16,8% dos brasileiros acima de 50 anos já foram vítimas de discriminação relacionada à idade avançada.
Empresas com cursos profissionalizantes, como a Ammo Enfermagem tem percebido uma crescente demanda de alunos com mais de 40 anos que buscam se qualificar para o mercado de trabalho. Daniela Matos, coordenadora da Ammo, destaca que a convivência intergeracional com pessoas de diferentes gerações proporciona a profissionais de diferentes perfis valiosas trocas de conhecimentos.
Uma pesquisa realizada pela Maturi em parceria com a Noz Pesquisa e Inteligência indica que mais da metade dos entrevistados perdeu o emprego na pandemia. Para 67% deles, a principal motivação foi o preconceito de idade, que reflete em desafios para permanecer ou se realocar no mercado de trabalho.
O livro “A Invenção de uma Bela Velhice”, da antropóloga Mirian Goldenberg, responsável por uma pesquisa sobre envelhecimento, enfatiza o peso da velhice para o gênero feminino. Segunda a publicação da pesquisadora, 96% das entrevistadas disseram que deixariam de usar algo porque envelheceram. A resposta foi diferente entre os homens: só 9% deles mudariam os hábitos devido à idade.
“Essa mesma parcela é excluída do mercado quando perde o emprego e consequentemente novas oportunidades de trabalho não chegam a elas, o que contribui significativamente para baixa autoestima”, ressalta Daniela Matos.
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