Amazonas foi o estado com maior área desmatada. Duas unidades de conservação no Pará registraram juntas perdas de floresta equivalentes a 800 campos de futebol somente em março.
Um relatório divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Imazon, apontou que a área de desmatamento na Amazônia Legal no mês de março deste ano aumentou quase três vezes em relação a 2022. As imagens de satélite monitoradas pelo instituto detectaram uma área de desmatamento de 344 km² dividida entre os estados de Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Amapá, Pará, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.
Abaixo estão os destaques do levantamento do instituto: Foram derrubados 867 km², o equivalente a quase mil campos de futebol por dia. A Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu e a APA do Tapajós (PA) perderam áreas de floresta equivalentes a 500 e a 300 campos de futebol apenas em março. Elas foram as duas Unidades de Conservação mais destruídas na Amazônia no mês. Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá. O recorde de destruição trimestral ocorreu em 2021, quando foram derrubados 1.185 km² de floresta nativa (no mesmo ano também foi registrado o pior nível de desmatamento em 10 anos, sendo 10.362 km², o que equivale à metade do estado de Sergipe).
“O desmatamento detectado em março de 2023 ocorreu no Amazonas (30%), Pará (27%), Mato Grosso (25%), Roraima (8%), Rondônia (6%), Maranhão (3%) e Acre (1%)”, afirmou o Imazon. Ou seja, oito dos nove estados da Amazônia Legal tiveram aumento no desmatamento.
Monitoramento de desmatamento na Amazônia Legal feito pelo Imazon em março de 2023. / Imazon Os dados de março impulsionaram o total de área desmatada contabilizada ao longo dos três primeiros meses de 2023, garantindo o marco de segundo pior trimestre da série histórica do Imazon, iniciada em 2008.
“Foram derrubados 867 km² nos três primeiros meses deste ano. Área que equivale à perda de quase mil campos de futebol por dia de mata nativa. Essa destruição só não foi maior do que a registrada em 2021, quando foram postos abaixo 1.185 km² de floresta de janeiro a março”, destacou o instituto.
O pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr. cobrou ações do governo federal e estados para conter o avanço do desmatamento. “Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, afirmou em comunicado divulgado à imprensa. De acordo com a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim, 6 de 10 assentamentos indígenas e 4 das 10 terras indígenas mais desmatados na região ficam no estado. O Imazon também alertou que a situação mais alarmante ocorre no estado do Amazonas. Se em março do ano passado a área desmatada no estado era de 12 km², em 2023, a área é de 104 km² – uma alta de 767%, ou seja, quase nove vezes mais.
Fonte: Compre Rural / Foto:Divulgação