O Ministério da Saúde ampliou a vacinação com a dose de reforço bivalente contra a Covid-19 para toda a população acima de 18 anos. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (24).
De acordo com a pasta, cerca de 97 milhões de brasileiros podem procurar as unidades de saúde.
Cada estado deve definir como será o esquema de vacinação. Em São Paulo, a Secretaria da Saúde do estado disse que espera a chegada de uma nota técnica do ministério, o que deve acontecer nesta terça (25), e que avalia quantas doses têm os municípios para oferecer a imunização.
Deve tomar a bivalente quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes (Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer), respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.
“Precisamos retomar a confiança da população nas vacinas”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Para tentar incentivar as pessoas a tomarem a vacina, no início do mês, o ministério já havia liberado a aplicação da bivalente para quem tinha a partir de 12 anos com comorbidades, e retirou a exigência de comprovação médica —bastava a autodeclaração.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, até a última terça-feira (18), nem metade do então público-alvo tinha recebido a bivalente da capital paulista —47,6% dos que já poderiam ir aos postos tomaram o reforço.
A vacina, que contém uma mistura da cepa original do vírus de Wuhan, na China, e as variantes da ômicron BA.4 e BA.5, oferece maior proteção contra a ômicron e as linhagens em circulação do vírus da Covid.
A FDA (agência que regula medicamentos nos EUA) publicou na última terça-feira (18) uma recomendação de novo reforço da vacina bivalente em indivíduos com 65 anos ou mais que receberam o primeiro reforço bivalente há pelo menos quatro meses, o que ainda não vale no Brasil.
De acordo com o órgão, os grupos de indivíduos com mais de 65 anos ainda representam uma parcela mais vulnerável para adoecimento grave, hospitalização e óbito, por isso estão aptos a uma nova dose da vacina que protege contra a ômicron e suas variantes.
A agência amerciana também recomenda que indivíduos imunocomprometidos, como transplantados, pessoas em tratamento de câncer ou portadores de doenças autoimunes também podem receber um novo reforço da bivalente com intervalo de no mínimo dois meses desde a última dose recebida.
Em estudos clínicos em todo o mundo, a vacina se mostrou segura e eficaz.
SAIBA MAIS SOBRE A VACINA BIVALENTE CONTRA A COVID
O QUE É A VACINA BIVALENTE?
As vacinas bivalentes são versões atualizadas dos imunizantes contra Covid contendo a cepa original de Wuhan combinada com a variante ômicron, atualmente a predominante em todo o mundo.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial de duas formulações bivalentes da Pfizer (contendo as subvariantes BA.1 e BA.4/BA.5 da ômicron). A agência autorizou o uso dos imunizantes como reforços para pessoas com 12 anos ou mais.
QUAIS SÃO OS EFEITOS COLATERAIS?
De modo geral, as vacinas atualizadas contra a ômicron mantêm o mesmo padrão de segurança que as formas monovalentes já autorizadas e utilizadas em bilhões de pessoas em todo o mundo.
Em geral, os efeitos mais comuns que foram reportados são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.
Tais efeitos também já foram reportados com os reforços das vacinas monovalentes e são considerados leves, com desaparecimento dos sintomas em até 24 horas.
A orientação dos profissionais de saúde nos postos de vacinação é para monitorar a intensidade dos efeitos e, se necessário, a utilização de medicamentos analgésicos comuns para tratamento.
Outros efeitos colaterais menos comuns e considerados moderados a severos podem incluir miocardite (inflamação do miocárdio), pericardite (inflamação do pericárdio), dores no peito, falta de ar e arritmia.
EXISTE ALGUMA CONTRAINDICAÇÃO DOS REFORÇOS BIVALENTES?
Nos estudos científicos, não houve nenhum efeito colateral das vacinas bivalentes diferente daqueles observados nas vacinas monovalentes, com incidência em geral de efeitos leves, como dor no local da aplicação, febre e dores musculares.
Também não há contraindicação de receber a vacina da Covid em conjunto com outras vacinas, como a da gripe. A atualização da vacinação com os reforços pode ser feita após quatro meses desde a última vacina aplicada.
Folhapress