População baiana é de 229,1 mil indígenas; Segundo IBGE, no Brasil há 1,69 milhão de pessoas, o que representa 0,83% da população nacional;
Ivandilson Miranda Silva, doutor em educação e autodeclarado indígena, explica que esses habitantes originários estão presentes no território brasileiro desde antes da chegada dos europeus no final do século XV
Você sabe o que significa Povos Indígenas? Ivandilson Miranda Silva, doutor em educação e contemporaneidade, autodeclarado indígena e docente do curso de Pedagogia da Faculdade Anhanguera, explica que eles nada mais são do que os primeiros habitantes originários do território brasileiro.
“Estavam presentes aqui desde antes da chegada dos europeus no final do século XV e hoje existe uma grande diversidade de povos indígenas no Brasil, sendo mais de 300 etnias. Os povos indígenas do Brasil são catalogados dentro de quatro grandes troncos étnicos: aruak, karib, macro-jê e tupi”, explica.
O especialista aponta ainda, que de acordo com as Nações Unidas, os povos indígenas são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, a desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica, como base de sua existência continuada como povos.
Conforme aponta o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os indígenas no Brasil são hoje mais de 1,69 milhão de pessoas, número que representa 0,83% do total da população brasileira. A Bahia é o estado que concentra a segunda maior população, com um total de 229,1 mil indígenas, ficando atrás apenas do Amazonas.
De acordo com os dados do IBGE, em 2010, havia no Brasil 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam indígenas, das quais, 572 mil (63,8%) viviam na área rural e 325 mil (36,2%), na área urbana. Em 2022, portanto, essa população teve um crescimento de mais de 88%.
Sobre a importância dos Povos Indígenas para a construção histórica do Brasil, Ivandilson destaca a diversidade, pois cada povo desse pode ter um idioma diferente, assim como formas distintas de organizar-se social, política e economicamente, além de ter tradições e crenças religiosas diferentes, entre outros aspectos.
“Os Povos Indígenas têm suma importância na formação dos brasileiros, assim como os colonizadores, os imigrantes e os escravizados que chegaram no país no início de sua formação. Diferente de outras situações no mundo, as diferentes etnias brasileiras contribuíram para a criação de um brasileiro único, formado por diversos pedaços de culturas diferentes. Além disso, são eles quem mais valorizam e cultuam o bem-estar ambiental, sendo, muitas vezes, os responsáveis por proteger a natureza da ação humana não-indígena. Portanto, a preservação da história e das raízes do povo brasileiro, depende da população indígena”, ressalta.
Ivandilson aponta que na Bahia, há grande concentração de povos indígenas no sul e extremo sul, mas que eles estão espalhados por todo o estado, presentes em todos os biomas, do litoral ao sertão, sendo mais de 30 povos identificados no estado, entre eles: o povo Kiriri, que vive em território demarcado no município de Banzaê, norte da Bahia; os Kaimbé, em Euclides da Cunha; às margens do Rio São Francisco, os Tuxá, em Rodelas, e os Truká-Tupã, em Paulo Afonso.
Por fim, o pesquisador informou que a Unime Anhanguera Salvador fará em outubro de 2023, o Seminário Educação e Povos Indígenas no Brasil a fim de aprofundar essa temática com o público geral e acadêmico. Mais informações serão disponibilizadas em breve.
Dr. Ivandilson Miranda Silva: Graduado em Filosofia Pela Universidade Católica do Salvador (UCSAL), Especialista em Metodologia do Ensino, Pesquisa e Extensão em Educação Pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Especialista em Psicanálise pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera, Mestre em Cultura e Sociedade pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências professor Milton Santos (IHAC-UFBA), Doutor em Educação e Contemporaneidade pela UNEB, Professor de Humanidades na Anhanguera Unime Salvador.
Sobre a Anhanguera
Fundada em 1994, a Anhanguera oferece educação de qualidade e conteúdo compatível com as necessidades do mercado de trabalho por meio de seus cursos de graduação, pós-graduação, cursos Livres, preparatórios, com destaque para o Intensivo OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); profissionalizantes, nas mais diversas áreas de atuação; EJA (Educação de Jovens e Adultos) e técnicos, presenciais ou a distância, visando o conceito lifelong learning, no qual proporciona acesso à educação em todas as fases da jornada do aluno. São mais de 15 mil profissionais e professores entre especialistas, mestre e doutores.
Além disso, a instituição presta inúmeros serviços à população por meio das Clínicas-Escola, na área de Saúde e Núcleos de Práticas Jurídicas. A Anhanguera tem em seu DNA a preocupação em compartilhar conhecimentos com toda a sociedade a fim de impactar positivamente as comunidades ao entorno das instituições de ensino. Para isso, conta com o envolvimento de seus alunos e colaboradores a partir de competências alinhadas às práticas de aprendizagem e que contribuem para o desenvolvimento do País.
Com grande penetração no Brasil, a Anhanguera está presente em todas as regiões com 106 unidades próprias e 1.398 polos em todo os estados brasileiros.