Líder da Oposição na Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) viu com extrema preocupação o anúncio do prefeito Bruno Reis, nesta segunda-feira (17), de que a capital baiana corre risco de viver uma terceira onda. Marta ressalta o último relatório da Sesab, que até às 15 horas desta segunda, apontou a taxa de ocupação de leitos de UTI na capital em 81%, conforme transparência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Segundo a vereadora, a oposição vem desde a semana retrasada alertando para riscos da reabertura da Fase Amarela e tentativa açodada de retomar as aulas presenciais por decreto diante dos indicadores de insegurança apresentados, tanto em relação à alta oscilação de casos na capital, quanto a incapacidade do transporte público municipal de seguir as regras de distanciamento social e higienização adequada.
“Esse aumento na taxa de ocupação é alarmante. É consequência de vários fatores, da alta transmissibilidade e agressividade do vírus, mas também do aumento de pessoas nas ruas e transferência de outras regiões da Bahia que estão em calamidade, após a precipitada decisão da prefeitura de retomar a fase amarela, reabrir escolas e forçar uma segurança que não existe. É preciso levar em conta não só a percepção de quem vive a cidade, mas seguir à risca os critérios estabelecidos para a retomada econômica”, declarou, se referindo ao fato de que o artigo terceiro do plano de retomada previa a reabertura da fase amarela com a taxa de ocupação de leitos a partir de 70% para baixo.
“A reabertura foi anunciada com a taxa de ocupação em 76%, não seguiu o próprio critério estabelecido em decreto, não levou em consideração a precariedade do transporte de ônibus, tampouco a preocupação de profissionais da educação, que na última sexta, apresentaram relatório contabilizando 38 unidades da rede municipal com casos de trabalhadores contaminados após imposição autoritária de retomada das aulas presenciais”, declarou.
Para Marta, é preciso ainda mais cautela diante da possibilidade de terceira onda em Salvador e um diálogo transparente com a população e os trabalhadores da educação.
“O prefeito vem se contradizendo em coletivas à imprensa. Já vínhamos apontando para o risco da terceira onda e de aumento de casos, diante do atraso do esquema vacinal por conta da demora das segundas doses. O próprio prefeito também afirmou que não conseguiria vacinar 50% da população até junho, como prometeu, por conta da inação do governo federal. Disse também que a prefeitura passa por graves dificuldades orçamentárias, podendo fechar hospitais de campanha. É preciso rever todas essas decisões precipitadas em diálogo aberto e não fechado” pontuou.
Marta denunciou, ainda, informações de que a prefeitura estaria decidida a acabar com as aulas remotas para forçar a volta dos alunos às unidades.
Foto: Reginjaldo Ipê