Abertura do II Festival de Forró de Riachão do Jacuípe repete sucesso e atrai 15 mil pessoas

Evento, que se encerra neste domingo (31), ainda tem atrações como Dorgival Dantas e Adelmario Coelho

Apesar de seus apenas dois anos de existência, não é exagero dizer que o Festival de Forró de Riachão do Jacuípe já se consolidou no município. Neste sábado (30), a abertura do evento repetiu a dose do ano passado e novamente fez uma multidão de 15 mil pessoas arrastar o pé no salão, ou melhor, na praça Landulfo Alves, para ver de pertinho as atrações do primeiro dia de evento.

O anfitrião Del Feliz e seus convidados Tato (Falamansa), Aduílio Mendes, Leo Estakazero e Janayna Pereira (ex-Bicho de Pé) entregaram muito forró a um público sedento e que, com toda sua hospitalidade característica, mostrava que o gênero musical tem espaço no interior da Bahia não só durante o São João. Aliás, a sinergia ali instaurada dava a impressão de que público e artistas poderiam ‘forrozear’ até o dia clarear.

Del Feliz exaltou a vasta programação distribuída entre os dois dias de Festival. “Há uma riqueza cultural muito grande presente aqui, já que começamos com mesa-redonda e oficinas, com direito a programação infantil e feira de economia criativa, até chegarmos ao fechamento com chave de ouro”, disse o anfitrião.

Um dos nomes mais esperados da noite, o vocalista do Falamansa, Tato, ficou — e deixou — com gostinho de ‘quero mais’. “É uma festa linda, com grandes artistas, e esse movimento que está acontecendo aqui é muita significativo para a história da música brasileira”, elogiou o estreante. “É um presente que eu espero sempre fazer por merecer.”

O prefeito Carlos Matos classificou como uma ‘felicidade enorme’ a repetição do sucesso de público. “Proporcionamos um genuíno forró, não só ao público de Riachão mas também aos de vários estados do Brasil”, afirmou. “Tenho certeza de que esse evento jamais sairá do calendário oficial do município.”

Num contexto em que forrozeiros têm tido cada vez menos espaço em eventos típicos, o fato de o Festival ir na contramão dessa tendência foi justamente o que mais chamou a atenção da ex-vocalista da banda Bicho de Pé, Janayna Pereira. “Foi uma das coisas que mais me alegraram o coração quando Del me ligou fazendo o convite”, contou a cantora, que tinha trazido canções autorais e homenagens a ícones da música nordestina, como Dominguinhos e Geraldo Azevedo.

Outras atividades — Antes de os sanfoneiros terem soltado o fole, a Creche Municipal recebeu a mesa-redonda ‘Forró: Patrimônio Cultural Imaterial’, seguida de uma oficina de sanfona com os artistas Nonato Lima e Piazzito. Enquanto isso, a Feira da Agricultura Familiar (Agrifam), com artesanato, gastronomia e cachaças, já começava a movimentar a praça municipal.

Pra fechar a primeira parte da programação, teve mais duas oficinas, na quadra local: Literatura Infantil e Poesia, com Zé Livrório; e Dança, com o grupo Forró Cabrueira, pra quem não queria fazer feio durante as apresentações no palco Balbino do Acordeon. Ainda na quadra, o grupo de música infantil Pé de Lata animou a criançada.

O II Festival de Forró de Riachão do Jacuípe é realizado pela Prefeitura Municipal, com produção da Enredo Produções, e tem patrocínio da Cateno e do Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (MinC).

Domingo — Neste domingo (31), o Festival começa sob com um arrastão sob o embalo da ‘Marinete do Forró’, ônibus que transporta um grupo artístico de mulheres inspirado na Festa de Reis Roubado. Com concentração no Instituto Social Santa Marta, a turma sai pelas ruas levando a história de forma lúdica e, de casa em casa, pergunta: ‘São João já passou por aqui?’.

No interior da marinete, vão a noiva e o sanfoneiro, responsável por animar as passageiras. Em alguns pontos ao longo da cidade, elas descem do veículo e fazem apresentações de cantigas de roda e danças tradicionais de São João. A praça Landulfo Alves, por sua vez, sedia a Oficina de Dança, mais uma vez comandada pelo Forró Cabrueira e, agora, ao som da baiana Emili Pinheiro. Lá, também haverá novamente a economia criativa da Agrifam.

O fole vai roncar a partir das 16h, quando Emili sobe ao palco Balbino do Acordeon. Indicada ao prêmio ‘Revelação Feminina’, do Festival Nacional Forró de Itaúnas, no Espírito Santo, ano passado, ela recebe Kelvin Diniz e Paulinho Jequié. A cantora será sucedida pelo ‘dono da casa’, Del Feliz, com apresentações solo e em conjunto com os convidados Diego Silva e Paulinha Oliveira.

Dorgival Dantas, Mestrinho, Adelmario Coelho e Liv Moraes, filha de Dominguinhos, abrilhantam ainda mais a noite, que também terá espaço para as participações de Delphine, Madame Forró; Nonato Lima; e Jefinho Dias. Del Feliz volta ao palco acompanhado de Izabelly Diniz e Vinícius Marques, antes da última atração, Os Malvadinhos do Forró.

Ao longo dos dias, haverá um número de artistas superior a 30, que entregarão ao público cerca de 15 horas do que há de melhor no forró. Mais informações podem ser encontradas no perfil @festivaldeforroriachao no Instagram.