Para colocar o Brasil no primeiro lugar no ranking mundial de exportação de algodão, até 2030, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) está estabelecendo novas estratégias e buscando parcerias com as embaixadas do país no exterior. Na manhã desta quinta-feira (24), a entidade reuniu a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea) e o corpo diplomático no Brasil em Hanoi para apresentar as iniciativas de promoção do algodão e o potencial da cotonicultura brasileira como parte das ações do projeto Cotton Brazil, junto com o primeiro escritório de representação do algodão brasileiro na Ásia, aberto em Singapura.
Segundo maior destino das exportações de algodão, sexto no mundo em consumo interno e primeiro em taxa de crescimento com tendência a se tornar o terceiro maior consumidor global desta década, o Vietnã é um mercado que desperta o interesse da Abrapa e seus parceiros para expandir a presença do produto brasileiro. “Queremos ser conhecidos em termos de produto, reconhecidos em nossa qualidade e desejados pelo mercado”, afirmou o vice-presidente da Abrapa, Júlio Busato, que fez um resumo da trajetória da produção de algodão no país para o embaixador do Brasil no Vietnã, Fernando Apparício da Silva; o adido agrícola, Tiago Charão; o ministro conselheiro, Arthur Nogueira e o chefe do setor de promoção comercial e primeiro secretário, Eden Clebuchar.
De acordo com o embaixador, o Vietnã tem um grande potencial para o comércio exterior brasileiro. “O país tem uma economia que cresce em taxas elevadas e há um excelente mercado interno a ser conquistado com seus 100 milhões de habitantes”, informou Fernando Apparício da Silva, acrescentando que o Vietnã é o quinto maior exportador de produtos de vestuário para o mundo. “Unindo isso à qualidade, produtividade e previsibilidade da produção de algodão do Brasil, temos ótimas oportunidades de negócios em ambos os lados”, disse o embaixador que, na oportunidade, agradeceu o apoio da Abrapa na edição do Dicionário Vietnamita/Português, durante as primeiras visitas da entidade ao país, em 2018.
O ministro conselheiro, Arthur da Nova Nogueira, já aprovado pelo Senado Federal como próximo embaixador do Brasil na Zâmbia, lembrou da importância do alinhamento das ações para que todas as iniciativas sejam exitosas. “A nossa região tem mercado, potencial e possibilidade de ampliação de negócios. O algodão brasileiro pode ser alavancado aqui na Ásia e esse trabalho de aproximação é um elemento de apoio às exportações. O que precisa ser feito agora para completar o ciclo é um estímulo político para que o mundo conheça a qualidade, o volume de produção e a constância no fornecimento do nosso produto”, completou.
Com o desafio da sazonalidade sendo superado, segundo o diretor de Relações Internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte, é hora de trabalhar a imagem percebida do algodão junto ao mercado asiático. “O principal produtor de algodão certificado no mundo é o Brasil. Na pauta de exportação, somos o décimo produto do agronegócio, com crescimento de 44% nos sete primeiros meses deste ano e, em termos de características intrínsecas, quase não existem diferenças entre o algodão americano, australiano e o brasileiro”, destacou Duarte, durante a apresentação do projeto Cotton Brazil. “Em muitos aspectos o nosso produto é até melhor do que o dos concorrentes, tem mais transparência e rastreabilidade, mas essa imagem só se modifica com um trabalho de promoção intenso e contínuo”, afirmou Duarte.
Participaram da reunião, o ex-presidente da Abrapa, Arlindo Moura; o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Moresco; o presidente da Anea, Henrique Snitcovski; o coordenador de agronegócios da Apex-Brasil, Alberto Carlos Bicca e o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento, Jean Marcel Fernandes.
Fonte:Site ABAPA