Apesar da intensificação da fiscalização e acompanhamento do trajeto de alguns dos produtos destinados a abastecer a mesa dos consumidores, ações clandestinas têm acontecido em rodovias que cortam o estado, em mercados municipais e, principalmente, na zona rural baiana. Em menos de uma semana, agentes da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) apreenderam 900 kg de carne bovina abatida sem nenhuma higiene e 8,5 mil unidades de galinha resfriadas transportadas ilegalmente e fora das condições sanitárias exigidas.
“As denúncias de populares têm sido decisivas para as equipes identificarem o local exato dos currais clandestinos, por lá, acontecem verdadeiros crimes contra a saúde pública, isso referenda nossa atuação e reverbera nas regiões visitadas que estamos presentes para proteger a saúde do consumidor, inibindo novas irregularidades. Aos poucos, a consciência vai sendo ampliada”, enfatiza Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.
Os servidores visitaram o Território da Bacia do Jacuípe, na zona rural de Serra Preta, onde foram flagradas irregularidades. “É muito impactante, nos depararmos com boi retalhado no chão, sem qualquer higiene, junto a animais domésticos doentes para ser vendido na cidade, imagine o risco”, ressalta Ednilton Brito, coordenador do Programa de Combate ao Abate Clandestino da ADAB.
“As ações para burlar a lei envolvem alternativas improvisadas para ocultar o flagrante, mas estamos estendendo nossas diligências e, em paralelo, orientamos e direcionamos os produtores a encontrar formas corretas de vender seus produtos”, explica Ednilton.
Galinhas no Extremo Sul
Na BR-101, em Teixeira de Freitas, mais um caminhão carregado de galinhas foi abordado pelos servidores que contaram com apoio da Polícia Rodoviária Federal. Dessa vez, 8,5 mil galinhas resfriadas que seriam distribuídas no comércio da região transportadas sem refrigeração adequada e com temperatura acima do permitido.
“Nos últimos meses pelo menos quatro caminhões foram interceptados em trechos próximos à cidade, todos vindos do Espírito Santo e sem documentação fiscal ou certificação sanitária que atestem a procedência dos produtos”, diz Vinicius Kretli, gerente de Defesa Animal e Inspeção.
Uma prática considerada pela ADAB como reincidente no extremo sul. “No entanto, estamos impedindo boa parte das tentativas para que o pólo avícola da região não seja afetado, além de proteger a saúde dos consumidores baianos”, arremata Maurício Bacelar.
Todos os produtos apreendidos foram levados para destruição em graxaria.