Agricultura familiar do território Velho Chico conta com R$ 466 milhões em investimentos

O território de identidade Velho Chico, composto por 16 municípios, já recebeu mais de R$ 466 milhões em investimentos para o fomento à produção rural. Os recursos são do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). No território, uma das organizações produtivas da agricultura familiar que se destaca é a Cooperativa Agropecuária dos Agricultores e Apicultores do Médio São Francisco (Coopamesf), que inaugurou recentemente um entreposto de produtos das abelhas, em Ibotirama. O empreendimento beneficia e comercializa a produção de apicultores e apicultoras de toda a região. 

Para a Coopamesf foram destinados R$ 3,1 milhões, por meio do projeto Bahia Produtiva, para a construção do entreposto e também para a aquisição de equipamentos, kits de produção apícola, além da implementação de identidade visual.  

Segundo o secretário da SDR, Jeandro Ribeiro, o mel tem mudado a vida de muitos agricultores do Velho Chico, que compreende uma atividade altamente rentável. “Tem agricultores tirando R$ 70 mil, por ano, com o mel, com um apanhado de intervenções da SDR que transformou a região em um polo de produção apícola”.  

Segundo Ribeiro, a Coopamesf representa a centralidade de investimentos nesse sistema produtivo e sempre liderou o processo de interação entre quem produz mel, quem comercializa e quem consome. “O Velho Chico é um território que quando a gente fecha os olhos, lembra logo da apicultura, que se desenvolveu muito por lá e está mudando a vida de muita gente, de jovens que estavam saindo da zona rural e indo para o perímetro urbano, para produzir mel”. 

De acordo com o diretor-presidente da Coopamesf, Rafael Farias, a Coopamesf tinha um entreposto que estava defasado e não atendia mais à produção. A capacidade de processamento que era de 60 toneladas de mel por ano vai aumentar para 350 toneladas. Com isso, a cooperativa vai ter capacidade de absorver todo o mel do território Velho Chico. 

Para Farias, essa nova estrutura, conquistada através do Bahia Produtiva, é um sonho antigo dos apicultores que já trabalham no entorno. “O projeto veio para fazer a diferença no território Velho Chico. Hoje, temos muitos produtores que até então não trabalhavam com apicultura e, com essa evolução que está tendo no território, começaram a trabalhar nessa linha, visando à apicultura como uma alternativa de renda familiar. Com essa força do Estado estamos melhorando a vida dos apicultores”. 

Mais investimento no território 

O Velho Chico tem 38.195 estabelecimentos rurais, destes 28.723 são da agricultura familiar. Esse número representa 75% das moradias rurais, que abrigam famílias agricultoras. Para avançar no desenvolvimento deste segmento, a SDR também investiu no território R$ 40,6 milhões em assistência técnica e extensão rural (Ater), R$2,1 milhões em regularização fundiária, R$ 5,3 milhões em habitação rural, e R$ 3,2 milhões em ações realizadas em parceria com o Consórcio Velho Chico, além de R$10,1 milhões em mercados municipais, entre outras ações.  

O diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Ação Regional (CAR/SDR) destaca a participação das prefeituras em realizar ações que proporcionem o desenvolvimento rural local. “O Velho Chico é o território do mel, do leite e de outros sistemas produtivos. Ficamos felizes em ver as prefeituras tendo nossas ações como referência, para replicar nos municípios, seja contratando Agente Comunitário Rural (ACR), que antes só Projeto Bahia Produtiva fazia; promovendo o Programa de Mecanização Rural (Promer) e até construindo agroindústria. Esse envolvimento é destaque neste território, que serve de exemplo para os demais”. 

Sirley Barreto, prefeito de Morpará, fala dos avanços da apicultura em seu município. “Hoje, nós estamos entre os 100 municípios que mais produzem mel no Brasil. Na última safra chegamos a uma produção de mais de 88 toneladas e, nesta safra, que está em processo de finalização, pretendemos ultrapassar as 90 toneladas. Aqui no território ainda estamos em segundo lugar na produção, mas estamos trabalhando para ultrapassar Serra do Ramalho e melhorar o nosso ranking nacional também. Almejamos ficar entre os 10 primeiros”.