A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) lançou uma plataforma inovadora para o monitoramento de focos de calor na região Oeste da Bahia. Esta ferramenta não apenas representa um avanço tecnológico, mas também reflete a crescente preocupação dos produtores rurais com a preservação do meio ambiente, os cuidados com o patrimônio e a segurança das comunidades locais.
A principal finalidade da plataforma é identificar e monitorar focos de calor em tempo real, permitindo uma resposta rápida a incêndios florestais. Com a utilização de dados do BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que utiliza informações de satélites e modelos meteorológicos, a ferramenta oferece dados precisos sobre as condições climáticas que identificam o surgimento de incêndios.
Ao promover uma gestão mais eficaz dos recursos naturais, a entidade agrícola não apenas protege o meio ambiente, mas também assegura a sustentabilidade das práticas agrícolas na região. Isso é particularmente importante para os agricultores locais, que dependem da saúde do solo e da vegetação para suas atividades, conforme destaca o gerente de sustentabilidade da associação, Eneas Porto.
“O lançamento da plataforma de monitoramento de incêndios florestais pela Aiba é uma iniciativa louvável, que demonstra um compromisso com a inovação e a responsabilidade ambiental. Ao integrar tecnologia avançada com ações práticas de prevenção e resposta, essa ferramenta não só ajuda na proteção das florestas e das comunidades locais, mas também estabelece um modelo que pode ser replicado em outras regiões do Brasil”, declara.
O projeto utilizou uma combinação de ferramentas avançadas para garantir a eficiência e a acessibilidade da solução, com destaque para a plataforma ArcGIS, que desempenhou um papel fundamental na criação de mapas interativos e na visualização geoespacial dos dados de queimadas. Essas ferramentas possuem a capacidade de integrar informações em tempo real, como dados meteorológicos e focos de calor, fornecendo aos produtores uma visão clara e atualizada da situação no campo. O uso de funcionalidades como o ModelBuilder e ArcGIS Notebooks permitiu automatizar processos, garantindo que os dados fossem sempre atualizados sem a necessidade de intervenção manual.
Acesso – Para ter acesso a plataforma, basta entrar no site da Aiba (aiba.org.br) e clicar em ‘Focos de Incêndios Oeste-Ba’. Por lá, é possível acessar informações coletadas com dados do INPE sobre locais superaquecidos a cada 30 minutos, o que é crucial para detectar incêndios logo no início, antes que se espalhem e causem danos significativos. Para o técnico de informação da associação, Iago Rocha, que liderou a equipe de desenvolvimento da plataforma, “a iniciativa foi pensada na experiência do produtor rural, utilizando modelos mais leves e rápidos do ponto de vista de dados, permitindo que seja acessível de qualquer lugar, na cidade ou no campo.”
A implementação dessa plataforma é especialmente relevante em um contexto em que as mudanças climáticas têm intensificado a ocorrência de incêndios florestais. A região Oeste da Bahia possui vastas áreas agrícolas e florestais que são essenciais tanto para a economia local quanto para a biodiversidade.
O presidente da Aiba, Odacil Ranzi, reforça que a atuação contra os incêndios florestais é uma das principais ações da entidade agrícola nesse período e, para somar a essa ação, a associação promoverá um curso de combate a incêndios florestais, com o uso de maquinários agrícolas. “O curso se torna importante para fortalecer as ações de sustentabilidade e agronegócio na região. Ao capacitar os produtores com estratégias preventivas e de coordenação, a associação não só melhora o gerenciamento de riscos, mas também promove a segurança durante as operações, minimizando a chance de acidentes. Desta maneira, estamos tentando enfrentar e combater as queimadas com a ajuda de todos os produtores rurais da nossa região.”
A conscientização sobre a importância da preservação ambiental é fundamental para garantir um futuro sustentável não só na região, mas que também possa ser espelhada em outras fronteiras agrícolas. O projeto também contou com a colaboração da analista ambiental, Raquel Paiva, e do gerente de Agronegócio, Aloisio Júnior.