Fisioterapeuta explica condição que aumenta o risco de problemas de saúde graves, como hipertensão e doenças cardíacas;
“muitos não imaginam, mas o fisioterapeuta pode ser um grande aliado para o tratamento”, diz a profissional
É muito frequente o relato de pessoas sobre as dificuldades em ter uma boa qualidade de sono. Segundo dados da Associação Brasileira do Sono (ABS), 73 milhões de brasileiros apresentam queixas relacionadas aos distúrbios de sono, e o que muitos não imaginam é que dentre essas causas podem estar a apneia.
Conforme explica a mestra Maiara Góes, coordenadora docurso de Fisioterapia da Faculdade Unime Anhanguera, a apneia do sono é um distúrbio caracterizado por interrupções temporárias na respiração durante o sono. Essas interrupções, chamadas de apneias, podem durar de alguns segundos a minutos e podem ocorrer repetidamente ao longo da noite. Existem três tipos principais de apneia do sono:
A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), o tipo mais comum, que ocorre quando os músculos da garganta relaxam excessivamente durante o sono, levando ao bloqueio parcial ou completo das vias aéreas e são causadas por fatores como obesidade, alterações anatômicas das vias aéreas (como amígdalas ou adenoides hiperplásicas), uso de álcool ou sedativos, e idade avançada;
A Apneia Central do Sono (ACS), que ocorre quando o encéfalo não envia os sinais adequados para os músculos que controlam a respiração. Ao contrário da AOS, as vias aéreas não estão bloqueadas, mas a respiração cessa temporariamente devido à falta de estímulo neural. As causas se dão a partir de problemas médicos como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), ou lesões na medula espinhal, por exemplo;
E a Apneia do Sono Mista ou Complexa, que consiste em uma combinação dos tipos obstrutivo e central de apneia do sono. Geralmente, começa como apneia obstrutiva, mas pode se transformar em apneia central ao longo do tempo, especialmente durante o tratamento com dispositivos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP).
“Isso diminui vascularização no corpo e interrompe o sono, assim como aumenta o risco de problemas de saúde graves, como hipertensão e doenças cardíacas. Importante ressaltar que pessoas que não tem um sono reparador estão mais suscetíveis a acidentes no trânsito e no trabalho”, explica a docente.
A fisioterapeuta destaca, que muitos não imaginam, mas o profissional de fisioterapia pode ser um grande aliado para uma boa qualidade de sono. Maiara aponta que o fisioterapeuta especialista em respiratória é também capacitado para melhorar a qualidade do sono e a identificar e tratar pessoas com outros distúrbios respiratórios.
“É o fisioterapeuta quem realiza inicialmente uma avaliação minuciosa e decide juntamente com o paciente as opções de tratamento que muitas vezes é realizado em conjunto com outros profissionais como médicos, dentistas e fonoaudiólogos”, explica.
No que compete a atuação do fisioterapeuta do sono, o uso de técnicas de relaxamento e exercícios para melhorar a respiração e posicionamento corporal, ajudam a manter as vias aéreas abertas. “Além disso, é este profissional que oferece orientações sobre higiene do sono e mudanças no estilo de vida para melhorar os sintomas”, indica a especialista.
Ma. Maiara Góes ressalta que o fisioterapeuta do sono é um profissional essencial para orientar o paciente na escolha da máscara e na adaptação à terapia com pressão positiva (CPAP/ binível). O acompanhamento fisioterapêutico melhora a adesão ao tratamento uma vez que, o paciente pode muitas vezes abandonar o uso do aparelho por não receber suporte adequado.
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