O deputado estadual Capitão Alden usou as redes sociais nesta quarta-feira (6) para criticar a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que desaprovou o uso de crianças fardadas em eventos políticos do presidente da República, Jair Bolsonaro.
O Comitê afirmou, na última terça-feira (5), que “desaprova, nos termos mais eloquentes, o uso que o presidente [Jair] Bolsonaro faz de crianças, vestidas em roupas militares, segurando o que parece ser uma arma, para promover sua agenda política, o que ocorreu pela última vez em 30 de setembro de 2021”.
Defensor do patriotismo e bolsonarista, o deputado estranhou a preocupação da ONU com o tema. “Se uma criança quer ser policial, militar, se os seus pais autorizam que elas se vistam assim, qual o problema? Não entendo essa preocupação da ONU. Nossas crianças precisam aprender a valorizar cada vez mais as nossas forças, a bandeira, a família, precisam aprender sobre patriotismo desde cedo”, disse o parlamentar.
Capitão Alden ainda provocou a Organização sobre a exploração infantil no Brasil. A Bahia, neste tema, ocupa a 3ª posição no trabalho de crianças. “Vejo alguns políticos de Esquerda falando sobre essa decisão da ONU, mas esquecendo do que realmente importa. Aqui, na Bahia, onde o PT está no Governo do Estado há quase 16 anos, as crianças são obrigadas a trabalhar. Queria saber se o Comitê se manifestou sobre isso”, enfatizou o deputado.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), o estado é o 3º no país na exploração do trabalho infantil. Há registros de trabalhos de crianças como vendedores ambulantes, flanelinhas, carregadores de compras, engraxates e lavadores de carro. Até o dia 1 de setembro de 2021, o estado identificou 250 mil ocorrências do tipo.
“Onde estão aqueles que estão protegendo as nossas crianças? A Bahia coleciona títulos negativos, coleciona pódios em rankings que deveriam ser discutidos e não escondidos. A preocupação maior é se uma criança usa a roupa de militar, mas não se tem menores nas ruas em estado de vulnerabilidade. O que você escolheria dar a uma criança nesse Dia das Crianças? Uma fantasia de policial ou balas para ela vender na rua?”, completou.