A notícia de que a China está renegociando os preços da carne importada pressionou a arroba do boi gordo nesta terça-feira, 21. No Centro-Oeste, por exemplo, há negócios abaixo de R$ 180, de acordo com a Safras & Mercado.
Segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, há relatos de que um grande frigorífico da América do Sul já aceitou valores mais baixos e este se tornou o padrão para as demais negociações.
“Essa é a grande justificativa para a desaceleração das exportações em janeiro, o que também favorece a compreensão do forte movimento de correção dos preços evidenciada nesse início de ano. A tendência é que esse movimento ganhe ainda mais corpo”, comenta.
De acordo com o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos (Sindifrigo) de Mato Grosso, sem preços, os embarques de carne bovina para a china devem cair pela metade no primeiro semestre em relação ao semestre anterior.
“A redução tem um motivo principal, que são os custos elevados da matéria-prima frente aos preços do produto no mercado final. A indústria tem segurado a arroba acima do que é vendido a carne e o produtor tem custos muito elevados e não consegue produzir um boi mais em conta; isso precisa ser equacionado”, diz o presidente do sindicato, Paulo Bellincanta.
Carne bovina
O mercado atacadista volta a se deparar com forte queda dos preços no decorrer da semana, de acordo com a Safras. O ambiente de negócios, conforme Iglesias, sugere pela continuidade do movimento de correção, avaliando o perfil de demanda mais discreto, tanto interno quanto externo.
“Os frigoríficos ainda se deparam com câmaras frias lotadas, levando a um movimento de maior pressão na compra de gado”, diz.
O corte traseiro foi cotado a R$ 13,10, queda de R$ 2,05. Já o corte dianteiro foi precificado a R$ 10,70 por quilo, recuo de R$ 0,05. A ponta de agulha foi cotada a R$ 9,80 por quilo, desvalorização de R$ 0,40.
Fonte: Canal Rural