Sessão especial da Câmara foi promovida pelo vereador Suíca
Há 30 anos, quando foi criado o Bando de Teatro Olodum, os artistas negros tinham pouco espaço nos palcos da Bahia e do Brasil. E foi justamente para fomentar este cenário, dar visibilidade a atores, dançarinos e cantores, muitos deles espalhados por pequenos grupos em bairros periféricos sonhando por oportunidade, que o Grupo Cultural Olodum se juntou ao diretor Marcio Meirelles e criou o Bando. Essa história foi contada na sessão especial promovida pela Câmara de Salvador, na noite de sexta-feira (23), por iniciativa do vereador Luiz Carlos Suíca (PT), para comemorar a data.
Suíca, ao abrir o evento semipresencial, transmitido a partir do Plenário Cosme de Farias, destacou que ao longo dessa trajetória o Bando de Teatro Olodum oportunizou a muitos jovens da periferia a inclusão em “um caminho de disciplina, educação e fortalecimento da cultura”. Usando a máscara de proteção facial com as cores e marcas do Olodum, o vereador chamou atenção para o simbolismo do grupo em uma cidade com população majoritariamente negra.
O também vereador Moisés Rocha (PT), em sua saudação, classificou o Bando como “um dos filhos” do Teatro Experimental do Negro, do ator baiano Abdias do Nascimento, que durou 16 anos. “Hoje o Bando de Teatro Olodum é referência, foi um dos primeiros a falar do extermínio da juventude negra na peça ‘Ó paí ó!”, há 28 anos”, declarou.
Combate à intolerância
O diretor teatral e ex-secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles, por mensagem de vídeo louvou a iniciativa do Legislativo em comemorar as três décadas de uma experiência singular para a cultura local, capaz de tirar muitos talentos do anonimato. E frisou: “A arte é um poderoso instrumento para combater a intolerância e as injustiças”.
O ator Jorge Washington agradeceu a homenagem que classificou como merecedora por produzir arte transformadora e levar o nome de Salvador para o mundo. Atriz do Bando, Valdinéia Soriano destacou a importância das peças teatrais reverenciarem “quem veio antes de nós, a ancestralidade”. O coreógrafo José Carlos Arandiba, o popular Zebrinha, a pesquisadora de teatro negro Régia Mabel, e Rafael Manga, conselheiro da Associação Cultural Olodum, também falaram sobre a história de resistência do Bando de Teatro Olodum.
Os atores Sérgio Laurentino, Naira da Hora, Ednaldo Muniz, Flávio Santana e Cássia Vale e o cantor Dão fizeram intervenções artísticas em homenagem ao Bando de Teatro Olodum. A sessão especial foi transmitida pela TV Câmara Salvador (canal aberto 12.3), no Portal www.cms.ba.gov.br, pela Rádio Câmara Salvador 105.3 FM e no Facebook da TV e Rádio Câmara Salvador (@tveradiocam).