[Basquete] Atleta baiano de olho em Paris-2024

Promessa nacional, Caioca sonha em disputar os Jogos Olímpicos inclusive
já foi chamado para treinar em projeto com as maiores promessas do basquete brasileiro na atualidade

Fique de olho nesse nome: Caio Henrique Rocha. Com 17 anos e 1,90m de altura, o ala-armador está no radar da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) e pode aparecer nas próximas convocações da seleção  e até representar o país na Olimpíada de Paris-2024.
Caioca, como prefere ser chamado, é soteropolitano e começou na carreira graças à televisão. É que, em 2017, ele assistiu aos jogos das finais da NBA, vencidas naquele ano pelo super- time do Golden State Warriors  que tinha craques como Kevin Durant, Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green, sobre o Cleve- land Cavaliers, então do astro LeBron James.
“Foi amor à primeira vista. Lembro que fui para a escola no dia seguinte e tinha aula de edu- cação física. Todo mundo estava jogando vôlei, futebol, e fui pegar a bola de basquete. Me apaixonei. Falei com minha mãe e perguntei se ela conhecia algum lugar para treinar”, lembra.
Desta forma, Caioca se inscreveu na academia de basquete MVB, comandada pelo técnico Gildásio Campos, onde treinou ao longo de 2017. No ano seguinte, o jovem decidiu por uma transferência  escolar e foi estudar no Colégio Salesiano, de olho no esporte. “Amigos meus me incentivaram a ir, falaram que seria bom para mim. Fui no intuito de jogar basquete mesmo”, diz.
“Quando o professor Rodrigo Silva me viu, me abraçou. Já falou ‘venha, que vai ser sucesso aqui’ (risos). Lá, tive minha primeira experiência de fato com o esporte, viajei, participei de competições regionais”, comenta.
Rodrigo é coordenador do departamento de esportes do Salesiano e é só elogios ao pupilo. “Caio sempre levou para as quadras um talento muito especial. Desde o primeiro treino eu sabia que ali carregávamos uma grande e especial responsabilidade: compreender os sonhos dele e fazê-lo acreditar que eram todos possíveis. E é uma honra fazer parte do processo de desenvolvimento dos fundamentos técnicos desse garoto que é um grande exemplo de dedicação. Ele acreditou e está trilhando um caminho muito bonito”

MUDANÇAS

No fim de 2018 aconteceu uma guinada na vida de Caioca. “Teve um teste com um time de Florianópolis aqui em Salvador. Por incentivo de Rodrigo e de Gildásio, fiz e passei”.
Assim, em 2019, se mudou para o Sul do Brasil, para jogar no time Grande Florianópolis Basket. Em sua primeira tem- porada, o ala-armador conquistou o Campeonato Catarinense sub-15. Ficou na equipe (que passou a se chamar São José) até o início de 2021, quando decidiu por uma nova mudança e rumou para o Joinville, do mesmo estado.
No novo time, mais um bom ano para o baiano, que ganhou títulos como o esta- dual, na categoria sub-17, e a Copa SC, sub-18. Com as passagens de destaque nos clubes, veio uma convocação importante em sua carreira: o Camp da CBB, em dezembro passado.
O projeto contou com a participação de 27 jovens considerados promessas do basquete brasileiro e teve parceria com a Federação Internacional de Basquete (FI- BA), através do programa Youth Development, e com o Comitê Olímpico do Brasil (COB). Por uma semana, os jogadores participaram de palestras e treinos técnicos, táticos e físicos.
Por causa do Camp, Caioca decidiu que mudará de time mais uma vez. O ala-armador seguirá para São Paulo, onde defenderá o São José dos Campos. “O nível de basquete lá é maior, vou para bater de cabeça”. Por enquanto, treina em Salvador, mesmo durante as férias, para se manter em alto nível, já de olho em chamados para a seleção de base e possivelmente a principal.
“Acredito que, se tudo der certo, vou estar brigando para ter um espaço na Olimpíada de Paris-2024. Vários jogadores estão se aposentando da seleção principal, como Anderson Varejão, Alex Garcia. Vai haver uma renovação, a equipe estava usando a mesma base de atletas há anos”.

INSPIRAÇÃO E META

A NBA não é uma meta para Caioca  ao menos não por agora. O sonho do baiano é jogar na Europa, principalmente em times espanhóis. Vale lembrar que esse foi o caminho de Anderson Varejão, que defendeu primeiro o Barcelona antes de ir para os EUA, e Tiago Splitter, que atuou por nove anos no país europeu até assinar com o San Antonio Spurs.
“Na Europa, é muito mais técnico que físico. Na NBA, é puro físico. Por isso, tenho a visão da Europa. Primeiro, quero me firmar como um bom atleta e lá é o lugar certo”.

“Acredito que, se tudo
der certo, vou estar brigando para ter um espaço na Olimpíada de Paris, em 2024. Vários jogadores estão se aposentando da seleção principal, como Anderson Varejão, Alex Garcia. Vai haver uma renovação,
a equipe estava usando a mesma base de atletas há anos

 

Por Giuliana Mancini/Correio / Foto:BETO MILLER/ CBB  /  Vídeo:Atarde FM