Batekoo estreia no Carnaval de Salvador comandando after na Praça Castro Alves

Nascida em Salvador em 2014, no Nordeste de Amaralina, a festa Batekoo, um dos maiores movimentos culturais negros e LGBTs do Brasil, estará pela primeira vez na programação oficial do Carnaval na capital baiana, comandando a folia na Praça Castro Alves durante a madrugada. O After Batekoo acontecerá sempre das 0h às 3h entre os dias 17 e 21 de fevereiro.

“Tem oito anos que a gente despontou e nunca tivemos um Carnaval na programação oficial da cidade. O [Pedro] Tourinho [secretário de Cultura] nos convidou junto com a Saltur para poder assumir esse after, que é algo que a gente sabe fazer, modéstia à parte, com muita sabedoria. A gente está muito feliz em ocupar esse espaço. A Praça Castro Alves é onde o Carnaval começou; o próprio Castro Alves é um poeta preto abolicionista. Então, foi uma coisa que se conectou muito com a nossa história e o nosso propósito”, afirma Maurício Sacramento, um dos fundadores da Batekoo.

Entre as atrações do After, estão Deize Tigrona, Mu540, Tícia, Afrobapho e Freshprincedabahia. Um dos sócios da Batekoo, Artur Santoro reitera a importância do evento, em um espaço de promoção do respeito e da diversidade. “A gente já fazia Carnaval em outras cidades, mas a gente nunca tinha feito Salvador, onde começou algo tão encorpado. E ir para a Praça Castro Alves, que é muito simbólica para a gente, é um momento de consolidação da Batekoo, nesse diálogo com o poder público, de realmente levar essa juventude negra criativa que já nos acompanha desde 2014”, avalia Santoro.

O secretário municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, destaca que a curadoria do evento será toda do grupo e lembra que, historicamente, a Praça Castro Alves sempre foi o local onde a festa se estendia nos festejos carnavalescos.

“A Praça Castro Alves sempre foi o grande after do Carnaval em todas as gerações, e isso vai mudando obviamente com o consumo das gerações. E o Batekoo é um grupo de Salvador que conseguiu uma expressão internacional, inclusive, como maior plataforma da juventude preta LGBT do país. Com shows em várias cidades, todas as capitais. Então nada mais justo do que convidá-los a tornar esse after oficial e dessa geração também. Eles vão liderar esse movimento, os convidados são deles, quem eles estão chamando para tocar, enfim”, diz.

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