Agora é a vez do pecuarista!
Este movimento é fruto da dificuldade de originação de boiadas pela indústria e da retirada de animais das escalas por parte dos pecuaristas, que estão de olho em maiores possibilidades de ganho.
“O movimento de alta ainda não apresenta indícios de perda de força, com os frigoríficos atuando de maneira ávida na compra de gado”, comenta o analista Allan Maia.
Segundo ele, o cenário de oferta restrita tende a seguir dominante no restante do ano, avaliando o regime irregular de chuvas que prejudicou o desenvolvimento das pastagens, retardando a engorda do rebanho extensivo, que tende a estar apto ao abate apenas no primeiro quadrimestre.
O abate de fêmeas registrou um aumento significativo nos últimos dez anos e agora já está influenciando na oferta e consequentemente nos preços do Bezerro e do Boi gordo. E como agravante desse cenário, nos últimos 2 ou 3 anos, o abate de fêmeas jovens também aumentou, e a consequência é um buraco na oferta de animais terminados no próximo ano.
Esse cenário ficou mais evidente a partir do momento que a indústria brasileira descobriu a novilha como uma solução para o problema do macho inteiro não castrado. “Começamos a direcionar em larga escala abate de fêmeas jovens, porém as fêmeas jovens são as que têm os maiores índices reprodutivos e tem o melhor mérito genético”, relata.
No estado de São Paulo está ocorrendo negócios para o boi gordo que atende o padrão exportação em R$ 230,00/@, à vista. Com a carne no atacado valorizada, a tendência é que os preços para o boi gordo continuem avançando nos próximos dias já que as indústrias estão repassando as valorizações dos preços do boi ao consumidor.
Com relação à oferta de animais, o analista destaca que o fluxo de saída do confinamento vai proporcionar uma organização a partir do final de dezembro e janeiro. “Como o número de animais que tem para sair é pequeno ainda vai adiantar a safra das águas, que sairia em maio, mas esse problema de oferta restrita vai se repetir novamente”, relata Junqueira.
As exportações influenciam bastante o mercado, hoje, das nove milhões de toneladas produzidas por ano no Brasil, 80% é para o consumo interno. A tendência é que o percentual de vendas para outros países aumente com a abertura de novos mercados. No ano que vem, as exportações podem abocanhar 25% da produção brasileira de carne bovina.
O economista Benedito Goffredo diz que a China e a Europa estão comprando muito e, com uma possível reabertura do mercado americano, os atuais patamares de preços devem continuar altos.
A hora é essa, vamos engordar boiada.
Fonte: Compre Rural, Portal DBO, Globo Rural e Notícias Agrícolas.