Segundo analista de mercado, mesmo que as parcelas sejam menores, o consumo de carne bovina pode aumentar um pouco nas próximas semanas
Ainda que a nova rodada do auxílio emergencial venha com parcelas menores, o analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, acredita que o benefício pode aquecer o mercado de carne bovina e, consequentemente, favorecer novas altas no boi gordo.
Segundo ele, os cortes nobres não devem sentir um grande impacto, mas os cortes do dianteiro tendem a ser mais consumidos. “Então, sim, é um movimento interessante para o mercado pecuário”, diz.
Iglesias lembra que este mês ainda será marcado por uma baixa oferta de boi gordo, que só deve atingir o pico entre maio e junho. “Esse é um ponto importante para sustentação dos preços”, diz. “Este ano é de retenção de fêmeas, então isso também mantém a oferta muito ajustada”, complementa.
De acordo com o analista, o boi gordo destinado ao mercado doméstico está cotado entre R$ 315 e R$ 317 por arroba, em São Paulo, e já há quem peça R$ 325 por um boi gordo padrão China. “Com a entrada dos salários mais o auxílio, podemos ter movimentos mais robustos [de alta]”, afirma.
Boi gordo e a relação com o bezerro
Outro fator que sustenta os preços do boi gordo é o mercado de reposição bastante enxuto. Segundo Iglesias, o ritmo de nascimento ainda não está acompanhando a demanda por bezerro e boi magro. Os animais de cria, aliás, têm representado um custo elevado para o pecuarista.
Para os invernistas, outro problema: a baixa disponibilidade de milho faz a saca ser negociada por até R$ 100, aponta levantamento da Safras. Até a entrada da segunda safra, que deve acontecer em agosto por conta do atraso no plantio, o confinador invernista terá custos altos no primeiro semestre.
Fonte/Foto:Canal Rural/Divulgação