“Bolsonaro quer transferir auxílio dos mais pobres para os bancos”, afirma Augusto Vasconcelos

Na última quarta-feira (03/08), o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a lei que permite o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. De acordo com especialistas os juros cobrados podem chegar a três vezes mais que outros consignados do mercado. Para o vereador e líder da bancada de oposição da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Augusto Vasconcelos (PCdoB), a medida, na verdade, transfere o benefício concedido aos mais pobres para os bancos.
 
Contraditoriamente, o Empréstimo do Auxílio Brasil tem sido destacado como uma ferramenta para “ludibriar” a população mais carente que, inclusive, está sem acesso a comida. Vale ressaltar que o limite das prestações mensais para quem pega o empréstimo é de 40% do Auxílio Brasil (o que dá R$ 160), não existindo uma taxa de juros máxima por mês, e podendo ainda cada banco estabelecer o valor dos encargos a serem cobrados.
 
De acordo com Augusto, uma parte dos mais de R$ 100 bilhões que o Governo Federal reservou neste ano para o pagamento do Auxílio Brasil – programa que substituiu o Bolsa Família, vai ser transferido para o setor mais rentável da economia brasileira: os bancos.
 
“Essa medida adotada pelo governo Bolsonaro vai penalizar a população mais pobre. Permitir o empréstimo consignado para quem recebe auxilio brasil, cujo objetivo é assegurar a alimentação é aumentar o endividamento de pessoas que já não possuem quaisquer condições de sobrevivência sem a participação do governo”, disse.
 
O parlamentar ainda relembrou as medidas adotadas pelo atual presidente durante a pandemia que, na época, recusou a renda básica de cidadania de no mínimo R$ 600,00 aprovando um auxílio de apenas R$ 400,00.
 
_ “Agora, de maneira demagógica, em meio às vésperas da eleição, visando conquistar votos, Bolsonaro acena para população mais pobre, mas retira esse dinheiro viabilizando o enriquecimento do sistema financeiro. Os bancos vão aumentar o endividamento, porque imagine: nas últimas parcelas do auxílio brasil teremos pessoas que vão receber quase nada aumentando o problema da fome e transferindo para o setor mais rentável da economia brasileira parte desses recursos. Estamos enfrentando essa questão e é necessário que a população seja esclarecida sobre o que está em jogo”_, complementou Augusto.

Foto: Ascom / CMS