O Brasil ocupa atualmente uma posição de destaque entre os produtores de carne do mundo, sendo um dos principais exportadores de proteína animal. O investimento em pesquisa sobre as raças de gado de corte, sua relação com a qualidade da carne e, sobretudo, a implementação das técnicas de melhoramento genético entre é apontado entre os especialistas como um dos principais fatores para o crescimento da pecuária no país.
De acordo com médico veterinário da Boi Dourado, empresa baiana especializada na produção e comercialização de carnes, Rogério Rios, a mudança na forma de criação do gado, a migração da pecuária extensiva para a intensiva, é um dos fatores que explicam a transformação do país como uma grande potência no fornecimento de proteína, em especial dos bovinos:
“Há décadas atrás grande parte dos criatórios do país ainda pecuária era extensiva. Então, um boi levaria em média de cinco anos a seis anos para ser abatido. Essa mudança está diretamente a ligada à evolução e intensificação da pecuária no país. Hoje, com melhoramento genético e com as novas técnicas de manejo, a exemplo do pasteio rotacionado, do semi confinamento e do Tratamento Intensivo a Pasto (TIP) temos produzido animais jovens, com ganho de peso muito rápido e dessa forma triplicado a produção brasileira”.
Ainda segundo Rios, “o clima tropical, além da utilização de fertilizantes e adubos de melhor qualidade, acabam contribuindo não somente na qualidade da forragem, mas no ganho de peso e desenvolvimento dos animais”:
“O Brasil tem esse clima tropical que é extremamente agradável para o boi, para o crescimento desse bovino. Nós temos a maior incidência de raio solar, que também é positivo para o desenvolvimento das plantas, do capim, colaborando com uma melhor qualidade de forragem e volume. Através da união de todas essas funções a gente consegue hoje produzir o bovino super precoce. Aqui nossa, na planta frigorífica da Boi Dourado, em Muquém do São Francisco, chegamos a abater animais com quatorze meses de idade. Novilhas com quatorze arrobas e bois com dezesseis, dezoito meses de idade e já pesando cerca de vinte arrobas”.