Um documento entregue à CPI da Covid mostra que o governo federal deixou de comprar mais vacinas do consórcio da OMS, o Covax, mesmo sabendo que haveria reembolso em caso de desistência. As informações foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.
De acordo com o JN, em setembro do ano passado, o Brasil tinha duas opções de compra dos imunizantes da Covax Facility : 42 milhões de doses, que são suficientes para vacinar 10% da população, ou doses para 50% da população. O governo escolheu a opção com oferta menor. O governo escolheu a opção com oferta menor. Ainda segundo o JN, “Pazuello disse que escolheu o pacote menor para não comprometer recursos federais, já que o pagamento foi feito antes da entrega das vacinas”.
Em um documento entregue à CPI e que a Rede Globo revela que, em julho do ano passado, a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização, a Gavi, informou ao governo brasileiro que o país seria ressarcido caso desistisse de comprar as vacinas do consórcio.No documento, os diplomatas brasileiros disseram:
“No pior cenário possível, em que não se chegue à vacina em prazo razoável, ou caso os países decidam retirar seus recursos para investir em outras soluções, a Gavi informou que seria possível, a princípio, haver a devolução do montante, após o pagamento de valores reservados”.
Mesmo assim, segundo os documentos, o Brasil optou por encomendar a quantidade mínima prevista pelo consórcio.
Para os senadores da CPI consideram que agora ficou claro que o governo tomou a decisão de comprar o menor pacote do Covax Facility mesmo sabendo que receberia o dinheiro de volta se fosse necessário. E somam a isso, o fato de o governo ter demorado meses para comprar as vacinas da Pfizer e do Butantan. Especialistas apontam que a falta de vacinas é uma das causas do fracasso do país no enfrentamento à pandemia.