Nenhum produto agrícola subiu tanto ao longo de 2024 no mercado internacional do que o cacau. Ao longo do ano, segundo dados do próprio setor e do governo federal, os preços do produto subiram 135%, para a alegria dos cacauicultores baianos.
E mais: a tendência é de alta neste início de 2025 no exterior. Na semana anterior ao Natal, o cacau chegou ao patamar de US$12.605 por tonelada, o que equivale a cerca de R$75 mil. No ano, o cacau valorizou o dobro do café, que aumentou 70%. Além disso, na última rodada de negociação de 2024 , na segunda (30), nas bolsas de Nova York e Londres, o cacau foi vendido a correspondentes R$ 69 mil a tonelada.
Vale lembrar que a produção de cacau na Bahia e também no Pará tem base familiar. São pequenos produtores que vivem a explosão de preços após um ciclo econômico ruim, por conta da praga da vassoura-de-bruxa, que dizimou quase 80% das plantações baianas a partir de 1980.
Os preços subiram por causa dos desastres climáticos nas áreas de cultura de Gana e Costa de Marfim, responsáveis por mais de dois terços da produção mundial de cacau.
A consequência imediata para o Brasil, que vislumbra a possibilidade de retomar a liderança mundial, é o estímulo à expansão da produção com reflexos na agricultura de pequenas cidades do sul da Bahia e das margens da rodovia Transamazônica, no Pará.