A Câmara Municipal de Salvador irá realizar, nesta terça-feira (4), uma sessão especial em homenagem aos 40 anos de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do Terreiro Casa Branca, localizado na Vasco da Gama, em Salvador, e considerado um dos mais antigos e respeitados santuários da religião dos Orixás do Brasil. O evento ocorrerá por volta de 18 horas, no Plenário Cosme de Farias, com transmissão ao vivo pela TV CAM (Canal aberto 12.3) e pelas redes sociais www.facebook.com/tveradiocam.
De autoria da vereadora Marta Rodrigues (PT), a sessão vai, através da rememoração das lutas que levaram ao tombamento do terreiro, mostrar a importância de valorizar as culturas de matrizes africanas como instrumento de empoderamento do povo negro e de combate ao racismo religioso. “Também é um momento de celebração da história de todos os terreiros”, diz.
Marta Rodrigues lembra que o terreiro, fundado na primeira metade do século XIX, e um dos mais antigos terreiros afro-brasileiros na capital baiana e também no Brasil, é um exemplo sem fronteiras do empoderamento e de resistência na batalha por direitos dos povos negros e da liberdade religiosa.
“O tombamento da Casa Branca deu origem a centenas de outros terreiros, por todo o País”, conta a autora da homenagem. Segundo Marta, é do terreiro ‘casa Branca do Engenho Velho’ que descendem outros templos famosos como o Gantois e o Axé Opô Afonjá, da saudosa Mãe Stella de Oxóssi.
O Ogã d’Oxum da Casa Branca, escritor e diplomata da ONU, Gerson Brandão, afirma que a sessão especial é importante por reconhecer e incentivar a luta de todos os terreiros e de toda a comunidade das religiões de matrizes africanas. “Por que para nossas comunidades, celebrar a história em espaços de poder, significa uma visibilidade que nem sempre temos. E visibilidade também significa proteçāo contra todas as formas de racismo e discriminação”, declarou.
“Não é à toa que o poeta Francisco Alvim, evocando Edson Carneiro, chamou a Casa Branca de “Mãe de Todas as Casas”, lembra Marta Rodrigues.