Apesar de ser considerado evitável, o câncer de pele é o tumor maligno de maior incidência no Brasil e no mundo. Exposição solar sem proteção e cumulativa ao longo da vida é principal fator de risco para a doença
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tumor maligno mais incidente no Brasil é o câncer de pele não-melanoma, correspondendo a 31,3% do total de casos, o que representa mais de 220 mil novos casos da doença a cada ano. Já o melanoma, tipo de câncer de pele mais raro e mais agressivo, representa 3% do total de neoplasias no país.
Na Bahia, a estimativa do INCA é de 10.780 novos casos de câncer de pele em 2023. Com a chegada do verão, a maior incidência de radiação UV e a maior exposição dos brasileiros ao sol acendem um alerta para que a população adote os cuidados de fotoproteção. Segundo o oncologista André Bacellar, do NOB Oncoclínicas, a exposição ao sol prolongada e repetida ao longo da vida sem uso de filtro solar, especialmente na infância e na adolescência, é o principal fator para desenvolvimento do câncer de pele.
O câncer de pele é uma doença causada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Elas se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, é definido o tipo de câncer, que pode ser melanoma ou não melanoma (carcinomas basocelular e espinocelular).
Apesar de ser o tipo de neoplasia de mais incidência no Brasil e no mundo, o câncer de pele pode ser considerado um tumor evitável. Mesmo a forma mais agressiva desse tipo de câncer, o melanoma, tem mais de 90% de chance de cura quando diagnosticado precocemente. Isso reforça a importância da conscientização da população sobre a necessidade de adoção de medidas preventivas.
“Embora a incidência mais alta da radiação UV aconteça nas estações mais quentes, a proteção solar deve ser feita durante o ano todo, mesmo em dias frios ou nublados”, alerta o especialista. “90% da radiação UV atravessa as nuvens, então o uso do protetor solar deve ser diário e não apenas nos dias ensolarados”, acrescenta o médico.
Mais comum em pessoas com mais de 40 anos e raro em crianças e pessoas negras, o câncer de pele acomete, principalmente, adultos com pele muito clara, olhos claros e com doenças cutâneas prévias. No entanto, qualquer pessoa pode desenvolver a doença. “As pessoas de pele negra têm a melanina como um filtro solar natural, no entanto, são mais suscetíveis a desenvolverem um subtipo de câncer de pele bastante agressivo, o melanoma acral, que acomete partes do corpo como a palma das mãos, a sola dos pés e unhas”, esclarece o oncologista André Bacellar. “Manchas escuras nessas áreas devem ser investigadas o quanto antes”, alerta o oncologista.
Sintomas
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é importante estar atento a alguns sinais que podem indicar o desenvolvimento de um câncer de pele:
- Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida;
- Sinais ou pintas que mudam de tamanho, cor, textura, forma ou tornam-se irregulares nas bordas.
- Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Tratamentos
Na maioria dos casos de câncer de pele, o tratamento cirúrgico para a remoção da lesão cancerígena é o mais indicado. Em alguns casos, a depender do subtipo do câncer, do estadiamento (grau de disseminação) e do tamanho do tumor, pode ser necessário outro tipo de tratamento complementar, como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou medicamentos orais.
No caso do melanoma, tipo de câncer de pele mais agressivo e letal por causa da sua alta capacidade de se disseminar para tecidos e órgãos vizinhos, o desenvolvimento de novos imunoterápicos (medicamentos que estimulam o sistema imunológico a lutar contra o tumor) tem garantido melhora na sobrevida de pacientes. “Tivemos muitos avanços importantes no tratamento do melanoma e o prognóstico da doença melhorou muito, inclusive para os casos do melanoma metastático, porém o maior aliado do tratamento ainda é o diagnóstico precoce”, avalia o oncologista André Bacellar.
Prevenção
As estatísticas do tipo de câncer mais comum são um reflexo do comportamento da população. Apenas 23% dos brasileiros usam o protetor solar adequadamente, segundo pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Os cuidados com a exposição solar devem ser tomados diariamente. Os especialistas recomendam o uso diário do protetor solar por pessoas de todos os tipos de pele. “Os principais aliados no combate ao câncer continuam sendo a prevenção e o diagnóstico precoce”, destaca André Bacellar. “Além dos cuidados para proteger a pele da exposição solar excessiva, é importante estar atento a qualquer alteração na pele e fazer a consulta anual ao dermatologista”, orienta.
Evitar a exposição ao sol das 10 às 16 horas, quando a incidência dos raios ultravioletas é mais intensa; usar filtro solar com FPS 30, no mínimo; e usar chapéus, bonés, roupas com proteção UV e óculos escuro são algumas das medidas de fotoproteção que reduzem o dano solar à pele.
Sobre a Oncoclínicas
Fundada em 2010, a Oncoclínicas (ONCO3) é o maior provedor de tratamento oncológico do Brasil e da América Latina. O grupo conta com 129 unidades, entre clínicas de especialidades, diagnóstico e prevenção do câncer, centros ambulatoriais de tratamento infusional e radioterapia, laboratórios de genômica, anatomia patológica e centros de alta complexidade (cancer centers), estrategicamente localizados em 35 cidades brasileiras. Desde sua fundação, a Oncoclínicas tem passado por um rápido processo de expansão, com o propósito de elevar e democratizar o acesso ao melhor tratamento oncológico.
O corpo clínico da Companhia é composto por mais de 2.700 médicos especialistas com ênfase em oncologia, além das equipes multidisciplinares de apoio, que são responsáveis pela linha de cuidado integral no combate ao câncer. A Oncoclínicas tem parceria exclusiva no Brasil como o Dana-Farber Cancer Institute, um dos mais renomados centros de pesquisa e tratamento do câncer no mundo, afiliado à Harvard Medical School, em Boston, EUA.
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