Evento aberto ao público seguirá as tradições das religiões de matriz africana
No dia 11 de junho, às margens do Rio Sena, famoso curso d’ água que banha Paris, será palco da Festa de Yemanjá, tradicionalmente comemorada no dia 2 de fevereiro no Brasil. Essa é a primeira vez que a capital francesa recebe a celebração afro-brasileira, a ideia partiu do artista e produtor Tom Dantas da Bahia, presidente da Associação Odoyá Paris, promotora do evento. Segundo Tom, que reside em Paris há 17 anos, o objetivo é marcar a manifestação no calendário francês.
“No dia 2 de fevereiro deste ano comprei flores e levei até o Rio Sena, já que aqui não tem mar, para saudar a rainha do mar. Prometi que era um com a força de um milhão, e que nas próximas datas reuniria mais pessoas. Então decidi criar a Associação Odoyá Paris, que pretende divulgar e enaltecer a cultura afro-brasileira na França, mostrando a nossa musicalidade, dança, culinária, ancestralidade e religiosidade“, disse.
O evento, que será aberto ao público, seguirá as tradições das religiões de matriz africana, iniciando pela manhã com uma cerimônia religiosa às margens do Rio Sena e encerrando à tarde com feijoada e música no Mineirinho Bar, tendo como atração musical o próprio anfitrião, Tom Dantas da Bahia. Para o cortejo, os participantes devem vestir as cores do orixá homenageado (branco e azul) e levar presentes biodegradáveis para lançar ao rio como oferenda. Flores brancas serão bem-vindas.
“Vai ter muita presença e pouco presente! Como forma de não poluir as águas, não aceitaremos objetos de vidro, plástico, metal, entre outros materiais que levam milhares de anos para se decompor. Durante o cortejo vamos pedir licença a Oxum, que é a rainha das águas doces, para nos conduzir a Yemanjá“, disse o presidente da Associação.
Com recursos próprios, a Associação Odoyá Paris se encarrega de disseminar para a população francesa o protagonismo negro nas mais diversas áreas, promovendo conhecimentos e desmistificando preconceitos sobre a história do povo negro.
“Entende-se de cultura brasileira na França como bossa-nova e futebol. Muita gente não conhece sobre a cultura negra e baiana. Além da promoção da cultura afro-brasileira, queremos exaltar a nossa história, com palestras, aulas de português para filhos de brasileiros e franceses que se interessem, ateliês de culinária baiana, aulas de capoeira. É uma missão que carrego, como tantos outros carregaram, como Caymmi e Gil”, finalizou Tom.
