A Casa do Benin, museu que abriga peças originárias do continente Africano no coração do Centro Histórico, celebrará seus 35 anos com uma edição do projeto Culinária Musical neste domingo (7). O projeto, realizado pelo afrochefe Jorge Washington, alia gastronomia, música, poesia, moda e outras artes.
Nesta edição o público vai poder apreciar os pratos arrumadinho de fumeiro, maxixada de carne seca ou ainda a versão vegana da receita. O evento terá início às 12h e a entrada custa R$30 (em espécie). Já a refeição para duas pessoas custa R$70. A animação durante o almoço ficará por conta do pagode de Marcos Aragão que receberá ainda como convidados a banda Aula Vaga e o cantor Thiago Thomé. A apresentação do evento ficará por conta do mestre de cerimônia Fábio Santana.
O afrochefe destacou que celebrar o aniversário da Casa é de extrema relevância porque o local é um espaço de intercâmbio que permite o diálogo com a cultura do país Benin, além de propiciar que os soteropolitanos se identifiquem e se reconheçam culturalmente. “Quando eu pensei o projeto quis exatamente essa energia onde a gente pudesse interagir com a culinária, música e outras linguagens e a Casa do Benin me propicia isso. A gente tem uma cozinha espetaculosa que me dá a possibilidade de fazer, sonhar e harmonizar de várias formas. E tem ainda um quintal com aquela réplica da Tatassomba. É um espaço coletivo e eu digo que é o casamento perfeito por conta de todos esses fatores”, contou.
O Culinária Musical possui seis anos de existência sendo quatro deles com edições realizadas na Casa do Benin. Jorge Washington estima que apenas nas edições anteriores já passaram mais de 3 mil pessoas no museu, entre baianos e turistas.
“O Culinária Musical é um projeto diferenciado porque o público chega ao evento já conhecendo o acervo permanente do museu. Vai visitando aquelas peças de curadoria de Pierre Verger e isso já dá um impacto diferente. Quando chega no pátio o público se depara com uma réplica do Rio Oxum. É um movimento mítico de ligação com o continente africano e com o Benin que provoca nas pessoas uma mistura de saudade, memória e afetividade”, detalhou Washington.
Sobre o museu – A Casa do Benin, situada na Rua Padre Agostinho Gomes, próximo ao Taboão, tem um acervo composto por cerca de 200 peças originárias do Golfo do Benin, colecionadas pelo fotógrafo francês Pierre Verger ao longo de suas viagens realizadas à África, para estudar os fluxos e refluxos entre África e Bahia. Também possui peças relacionadas à cultura afrodiaspórica, doadas por artistas e instituições.
O equipamento cultural é gerido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Gerência de Equipamentos Culturais, e funciona em um casarão colonial que teve reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi. A Casa do Benin está aberta à visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h.