CBF institui punições por racismo em competições brasileiras

A CBF – Confederação Brasileira de Futebol, definiu nesta terça-feira (dia 15), que vai punir com rigor as ofensas racistas no futebol, a decisão foi aprovada no Conselho Técnico da competição, que foi realizada na sede da CBF, no Rio.

“A luta contra o racismo tem pressa. Medidas vêm sendo discutidas há séculos e nunca colocadas em prática. A CBF está fazendo a sua parte. Decidimos avançar ainda mais nas punições e podemos tirar até pontos de um clube em uma das nossas competições”, atestou o Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Valendo a partir de agora, os clubes poderão perder pontos em caso de atos discriminatórios cometidos até por torcedores nos estádios. A medida já foi incluída no RGC – Regulamento Geral de Competições, de 2023 e passará a valer na Copa do Brasil, e já começa na próxima semana. Além disso, os clubes que se envolverem em episódios de racismo poderão pagar multas de até R$ 500 mil.

Professor Doutor Babalawô Ivanir dos Santos – orientador e professor no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a medida chega em bom momento.

“Acredito que a atitude da CBF, em impor aos clubes perda de pontos nos jogos em que a torcida fizer manifestação racistas, é extremamente positiva para o fortalecimento da luta antirracista. Infelizmente vivemos em um país em que o racismo e a intolerância estão infiltrados nas relações sociais e cotidianas. O racismo no futebol, ou em qualquer outra modalidade esportiva, infelizmente ainda é uma realidade  Espero outras organizações esportivas fora e dentro do Brasil também tenham atitudes como essa”, defendeu Ivanir.

“Infelizmente o racismo no futebol não é uma novidade. Durante anos, a História está aí para nos rememorar, vários atletas foram duramente hostilizados e animalizados dentro do futebol por serem pessoas negras. E até então não tínhamos nenhum método punitivo. Por isso, ao delegar as responsabilidades dos crimes de racismo aos clubes de futebol a CBF abre para que possamos efetivamente pautar o racismo como problema também dentro do esporte”, declara a Professora Doutora Mariana Gino – Secrétaire Générale du Centre International Joseph Ki-Zerbo pour l’Afrique et sa Diaspora/N’an laara an saara. (CIJKAD-NLAS).