Neste mês de setembro, conhecido pela tradição da oferta do caruru dedicado aos santos Cosme e Damião, a Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon), vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), realizou uma ação de fiscalização de preços dos itens da iguaria em feiras e mercados da cidade, no âmbito da Operação Caruru 2021. De acordo com a pesquisa, a Feira de São Joaquim, na Cidade Baixa, foi a que apresentou os menores preços aos consumidores.
“A Codecon auxilia na busca pelo melhor preço, além de verificar a condição do produto, mas esse trabalho deve ser feito também com a contribuição da população. O consumidor precisa criar o hábito de realizar pesquisas antes de comprar, não só para economizar, mas também para garantir um produto com boa qualidade, pensando sempre no custo-benefício”, declarou o diretor-geral da Codecon, Humberto Viana.
De acordo com o encarregado de fiscalização do órgão, Carlos Conceição, a pesquisa é realizada anualmente tanto para verificar a variação de preço dos itens do caruru, como também as condições de consumo e armazenamento desses produtos. Os principais itens verificados são o azeite de dendê, o quiabo, o camarão seco, a castanha, o leite de coco, o feijão fradinho e o coco seco.
Segundo a vendedora de hortifrúti Leda Nascimento de Jesus, 57 anos, o fluxo de consumidores na Feira de São Joaquim, onde atua, ainda está aquém do esperado, mas sua expectativa é boa até o final deste mês. “O movimento ainda está fraco, as pessoas estão com o poder econômico bem defasado, mas aqui para o dia 27, com fé em Deus, a vendagem vai melhorar”, disse Leda, que vende o cento do quiabo por R$8.
Já para Otávio Vasco, 59 anos, sócio e gerente da Comercial Alimento Vasco Ltda., também localizada na Feira de São Joaquim, apesar dos preços dos itens do caruru terem subido em média de 15% a 20%, sobretudo devido à inflação dos combustíveis, que afeta o custo do frete, a procura dos consumidores tem mantido. “As pessoas estão comprando em menor quantidade, mas não estão deixando de dar o caruru”, comentou.
O comerciante indicou que o produto com a maior elevação de preço foi o azeite de dendê, que varia de R$11 (o artesanal) a R$14 (o industrializado). O item cujo preço se manteve mais estável em relação ao ano passado é o amendoim torrado, encontrado na loja de Vasco por R$10 o litro, caso o pagamento seja à vista ou através do Pix.
Apesar de ser considerado o local mais barato para a compra dos produtos, o aposentado Amilton Costa, assíduo frequentador da Feira de São Joaquim, reclamou da inflação dos ingredientes do caruru este ano. “Tudo muito mais caro. A lata de azeite de dendê que custava R$70 com 16 litros, hoje custa R$150. O quilo do feijão fradinho, que custava R$2, agora subiu para R$5,50. A gente que tem fé não pode deixar de comprar, mas estou comprando bem menos”, admitiu.
Irregularidades – O encarregado de fiscalização da Codecon acrescentou que os comerciantes flagrados vendendo produtos de modo irregular geralmente são notificados com advertência pelo órgão, para que regularizem a situação. No entanto, quando se trata da comercialização de produtos com o prazo de validade vencido, é aplicado um auto de infração com previsão de multa, que varia conforme a receita dos últimos três meses do proprietário autuado.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom