Apesar das condições adversas por causa do isolamento social e da dificuldade de logística para distribuição das vacinas entre os 417 municípios, a primeira etapa de 2020 da vacinação contra a Febre Aftosa superou as expectativas, segundo a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia), visto que foram imunizados 93,65% do total do rebanho de bovinos e bubalinos, ou seja, foram vacinados cerca de 10 milhões de animais de todas as idades situados em propriedades baianas.
“O êxito na cobertura de imunização pode ser atribuído às estratégias de divulgação, fiscalização da venda e declaração da vacinação que se revelaram eficientes”, avalia o diretor-geral da agência, Maurício Bacelar. “Além disso a conscientização dos produtores que participaram em massa de todo o processo dinamizando o que chamamos de responsabilidade compartilhada. Também o nosso corpo técnico que se fez presente através de respostas rápidas às demandas foi fundamental”, completa.
O percentual de animais imunizados superou os 90% preconizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), parceiro constante nas ações do Serviço Veterinário Oficial. “Para esses resultados, foi necessário um conjunto integrado de ações que incluiu amplo sistema de comunicação através de carros de som, mídias digitais, spots de rádio e outdoors disponibilizados pelo Governo do Estado para que a Bahia promovesse as ações, afastando cada vez mais a doença de nosso estado. Estamos livres da Aftosa há 23 anos e trabalhamos junto com o Grupo Gestor Estadual para que, em breve, a Bahia consiga assegurar o status de zona Livre sem Vacinação, o que significa que poderá não haver necessidade de imunizar o rebanho como fazemos hoje”, aposta Maurício.
As ações presenciais foram substituídas pelas videoconferências que reuniram cada um dos 27 territórios para avaliar rotineiramente o desenvolvimento do cronograma de atividades e realizar os ajustes no tempo adequado. O trabalho nos escritórios foi cercado de cuidados e orientações aos criadores e trabalhadores rurais.
“Outro fator determinante para o sucesso da vacinação foi a nova ferramenta disponibilizada no site da ADAB para a declaração, um programa implantado agora mas que se mostrou eficaz, aliado a isso, a descentralização dos pontos para que o criador realizasse a declaração mobilizando revendas agropecuárias e sindicatos rurais”, atesta o coordenador do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA-BA), José Neder. A vacinação contra a Febre Aftosa na Bahia foi iniciada no dia 01 de maio e, através de prorrogação por 30 dias, aconteceu até 30 de junho.
ADAB Itinerante
A ADAB atuou de forma itinerante para orientar a declaração dos produtores onde as barreiras instaladas na entrada das cidades para evitar deslocamentos por conta da pandemia, poderiam se tornar empecilho para o andamento da campanha. “Fizemos o diagnóstico preventivo e agimos para evitar que muitos casos ficassem sem declarar”, explica o diretor de Defesa de Sanidade Animal, Carlos Augusto Spínola.
Com a pandemia, tanto os produtores, técnicos e profissionais da ADAB e criadores tiveram que reinventar formas de abordagem para que a campanha se desenvolvesse conforme a programação, como explica José Neder. “Uma campanha atípica mas o Serviço Oficial da Bahia respondeu muito bem com improvisação e criatividade capazes de superar as distâncias”.
Finalizada essa campanha, a próxima – que acontece em novembro – já está sendo providenciada pela ADAB. ”A partir dos resultados, a agência está criando um plano de ação para agir com rapidez e ajustar pontos mais complexos, além da correção de possíveis falhas dessa primeira etapa de 2020”, diz Maurício Bacelar.
As ações acontecem em conjunto com o Grupo Gestor formado pela SFA (Superintendência Federal da Agricultura), SEAGRI (Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária), UFBA (Universidade Federal da Bahia), CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), Faeb (Federação da Agricultura do Estado da Bahia), Sincar-Ba (Sindicato de Carnes), FUNDAP (Fundo de Apoio à Pecuária do Estado da Bahia) e Fetag (Federação dos Trabalhadores da Agricultura).