Os números recém-apresentados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) mostram um cenário de recuperação gradual da economia, frente às dificuldades que se estendem por conta do enfrentamento da pandemia da Covid-19. A economia baiana teve alta de 6,7% no segundo trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020. Segundo o próprio relatório, “dois setores são responsáveis pelo resultado positivo da atividade econômica do estado: agropecuária, com taxa positiva de 7,1%, e serviços, com alta de 9,2%”.
O crescimento do setor agropecuário baiano se deve, segundo o estudo, à confiança dos produtores associada às condições climáticas favoráveis em todo o estado.
“O trabalho incansável do produtor rural, que sempre foi muito importante para nossa economia, reveste-se de ainda maior relevância nesse período tão difícil não só para nosso país, como para o mundo. Os números apresentados agora pela SEI corroboram com outros seguidos estudos que vêm sendo apresentados e que mostram a relevância do Agro na construção de nossa economia”, comentou o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia, João Carlos Oliveira.
Para adentrarmos aos dados da agropecuária, é importante o entendimento de que o setor vem em crescente alta, beneficiando a totalidade da economia baiana. Como apresentam os dados, o aumento no setor, na comparação entre o segundo semestre de 2020 e 2021, é de 7,1%. Porém, a expansão da agropecuária nos seis primeiros meses de 2021 (sempre na comparação com o mesmo período do ano anterior) é ainda maior: 7,6%.
Para se atingir tal taxa, houve um aumento considerável de produtividade e produção em vários segmentos do Agro, mas alguns deles se destacam. A safra de grãos deste ano teve acréscimo de 4,8% na relação com a safra anterior, sendo observada uma produção total de 10,5 milhões de toneladas. A área plantada com grãos teve expansão de 2,6% na comparação anual, resultando em acréscimo de 82.350 hectares à área plantada da Bahia.
Especificamente soja e cana-de-açúcar tiveram performances muito boas, responsáveis por boa parte do crescimento dos números do agronegócio baiano. A soja teve aumento de tonelagem de 12,6%, saltando de uma produção física de 6,07 milhões de toneladas em 2020 para 6,83 milhões de toneladas estimadas para 2021. Já a cana-de-açúcar tem agora uma produção física estimada para 2021 de 5,45 milhões de toneladas, representando aumento de 5,8% na referência com o ciclo 2020 (5,15 milhões de toneladas). Além disso, a cana-de-açúcar teve aumento da área plantada no estado na ordem dos 5,8% em relação à safra anterior.
A boa performance do Agro é resultado de uma política que tem grande atenção ao desenvolvimento dos 417 municípios da Bahia, quase que a totalidade com economias fortemente dependentes dos negócios do campo. Para demonstrarmos em números, em 2012 a participação do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do estado foi de R$ 31 bilhões; em 2020, os números já foram na ordem dos 41,6 bilhões; para 2021, o VBP estimado da Bahia é de R$ 45,3 bilhões. Ou seja, de 2012 para o estimado de 2021 percebe-se um aumento de 43%.
Outro indicador relevante é a participação do Agro na balança comercial da Bahia. Em 2012, o setor respondeu por 43% das exportações totais do estado, índice que saltou para 53% em 2020.
Emprego – Os números impactam positivamente no mercado de trabalho. A agropecuária é um dos únicos setores que apresentam resultados positivos no emprego, na Bahia, na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 (período pré-pandêmico) e o primeiro trimestre de 2021. É o que apresentam os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC). O trabalho pesquisa a performance de cada estado do país, no tangente à ocupação de postos de trabalho.
Em comparação ao período pré-pandêmico, a agropecuária somou à sua base 132 mil trabalhadores, apresentando a melhor performance dentre todos os setores da economia pesquisados. Além dessa atividade, somente o setor de transporte, armazenagem e correio tem saldo positivo no tangente à empregabilidade, com acréscimo à sua base de 38 mil trabalhadores na comparação entre o primeiro semestre de 2020 e o primeiro semestre de 2021.
Fonte:Seagri / Foto:Divulgação