Com uma atuação além da lavoura e com o foco no mercado consumidor, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) promoveu na última semana, entre os dias 4 e 7 de dezembro, o curso de Processos da Classificação Técnica da Fibra do Algodão em Pluma. O treinamento, composto de teoria e prática, abrangeu 32 horas/aulas e contou com a participação de 15 profissionais que já atuam ou estão interessados em trabalhar no setor do algodão. No curso, foram aprofundados os conhecimentos relacionados à classificação da fibra, que podem ser utilizados no mercado de trabalho, ainda na etapa de beneficiamento, nas algodoeiras, ou na destinação final pelas indústrias têxteis.
Na busca de novas habilidades para investir dentro do negócio da família, as irmãs Fernanda e Rafaela Denardin buscaram o treinamento da Abapa diante da qualidade do treinamento e da chancela da entidade. “A ideia de fazer o curso foi conhecer quem é e o que o cliente quer. Muitas vezes ficamos da porteira para dentro e não compreendemos a realidade da continuidade desse processo e de que forma influencia na comercialização. O curso foi muito importante para ter a percepção da conexão do trabalho realizado desde o campo até a indústria para obter os melhores resultados”, reforçou a produtora e administradora Rafaela Denardin.
Durante os quatro dias de curso, promovido pelo Centro de Treinamento e Tecnologia da Abapa, os participantes puderam contar com as experiências em campo, como as visitas técnicas ao Centro de Análise de Fibras da Abapa, o maior da América Latina, e à empresa de fiação e tecelagem, Algofibra, ambas sediadas em Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. Ao apresentar os processos produtivos da Algofibra, o proprietário Mateus Araújo, parabeniza a Abapa pela iniciativa do curso que é muito valiosa. “Essa é a oportunidade de conhecer o quanto o setor do algodão é amplo, com oportunidade de aprender sobre todo o ciclo que o algodão faz para chegar até o produto final. Assim, cada um poderá fazer o seu melhor e gerar mais qualidade para o algodão brasileiro”, reforça.
Para a instrutora do treinamento, a engenheira têxtil, Micheline Maia Teixeira, conhecer a relação do que existe no campo com requisitos exigidos pela indústria têxtil contribui diretamente nos resultados de produtividade. “Esse treinamento é uma forma de aproximar a informação que existe no campo à demanda que a indústria tem referente à pluma e o que é possível fazer para estar mais próximo dessa necessidade. Assim, as pessoas começam a entender melhor a realidade de uma fiação, os parâmetros de qualidade, os critérios de avaliação, a legislação, os novos modelos de negócios e as tendências do setor”.
Para a Abapa, o curso é estratégico na formação de novos profissionais, para que tenham a competência necessária para garantir os padrões de qualidade da fibra, da lavoura até o mercado consumidor. “Temos as condições climáticas ideais para que seja produzido um algodão com a qualidade reconhecida internacionalmente e juntamente com profissionais capacitados e orientados na busca dessa qualidade, envolvidos na lavoura até a classificação, vamos possibilitar agregar maior valor à fibra junto ao mercado consumidor e fidelização dos clientes, dentro ou fora do Brasil”, reforça o gerente do Centro de Análise de Fibras da Abapa, Sérgio Brentano.