Desocupação da Torre Pituba prejudica renda da Petros, diz Sindicato dos Petroleiros

Diante da notícia de que a Petrobras vai desfazer o contrato firmado com a Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social) para o uso da Torre Pituba, prédio administrativo da empresa em Salvador, o Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-BA) se mobiliza contra a medida. A entidade realizou um protesto na manhã desta segunda-feira (16), em frente ao edifício, na Av. Antônio Carlos Magalhães.

De acordo com Radiosvaldo Costa, diretor de Comunicação do sindicato, o prédio foi construído pela fundação por determinação da própria Petrobras nos moldes em que ela definiu “e agora ela quer fazer o destrato”. “Isso traz um outro problema para os empregados da Petrobras, já que a rentabilidade que foi projetada pra esse investimento não vai acontecer e, com isso, os trabalhadores é que vão pagar a conta de novo”, critica em entrevista ao Bahia Notícias. A aposentadoria dos servidores baianos é custeada com os rendimentos desse imóvel, cujo contrato vai até 2045.

O diretor aposta, inclusive, que a Petrobras vai entrar com uma ação na justiça para tentar não pagar a multa de quebra de contrato. “Isso comprova que não há uma justificativa econômica nem financeira, o problema é político e a gente não pode aceitar essa perseguição do atual governo da Petrobras contra a Bahia e contra os baianos”, destaca.

Em nota, o Sindipetro afirma que a desocupação do prédio vai resultar na transferência da maioria dos cerca de 1,5 mil trabalhadores diretos da empresa e na rescisão de contratos das empresas terceirizadas, o que deve levar à demissão de cerca de dois mil trabalhadores. Além disso, o contrato de aluguel prevê retorno do investimento integral, no valor de R$ 1 bilhão, ao fundo. A empresa de capital misto paga R$ 6,8 milhões de aluguel à fundação mensalmente.

Já a Petrobras afirmou, também em nota, que o imóvel possui taxa de ocupação de 20% e “elevados custos de aluguel e manutenção”. Com isso, a empresa informa que está realizado estudo para adequar a ocupação dos espaços à estratégia de negócio da companhia e lembra que esse movimento “não é pontual em uma região específica” do país. Como exemplo de prédios já desocupados fora do Nordeste, eles citam o Edisp, em São Paulo, e o Edifício Ventura, no Rio de Janeiro.

Fonte: Bahia Notícias