Além do Aquahertz: Mostra AfroIndígena de Música Soteropolitana, o projeto conta com a série de workshops Casulo Digital
Representatividade, diversidade de gênero, raça e musicalidade. Esse é o lema da segunda live da Aquahertz: Mostra AfroIndígena de Música Soteropolitana, festival que integra o projeto Asé Orin – Rede AfroIndígena de Música Soteropolitana, no dia 13 de fevereiro, a partir das 19h, com shows do rapper baiano Dicerqueira e banda soteropolitana Veronas, formada por três mulheres negras e multi-instrumentistas. As apresentações serão transmitidas online e ao vivo pelos perfis do Youtube e Instagram do projeto, idealizado pelo Aldeia Coletivo, grupo que coabita a Casa Preta Espaço de Cultura, no bairro Dois de Julho/Salvador.
Membro da novíssima geração da música baiana, o rapper, cantor, ator e compositor Dicerqueira traz para o seu show composições que fazem parte de sua trajetória “Lendária” (2019) –
sua primeira canção de trabalho, que logo ganhou destaque na cena soteropolitana e chamou a atenção de nomes consagrados como Maria Gadú e Caetano Veloso e “Grandeza”, que o levou a ser o primeiro rapper a vencer o Prêmio de Música Educadora FM, na categoria Melhor Intérprete Vocal (2019).
Com um trabalho “pop experimental alternativo afrofuturista”, como o próprio Dicerqueira mesmo se define, traz as mais diversas influências musicais convergindo entre passado e presente, para construir a sensação sonora de futuro, resultando em uma música politizada, popular e contagiante, trazendo frescor a cena da música afro-diaspórica contemporânea produzida na Bahia. Recentemente gravou parcerias musicais com os rappers baianos Hiran, Yan Cloud e lançou seu mais novo single DPZV (Desprezivel).
Poesia concreta, baianidade e muitos contratempos, dão cara, voz e harmonia ao show de Veronas, trio de mulheres negras e multi-instrumentistas que trazem uma sonoridade que flerta com jazz, rock e com a malemolência musical e ancestral da Bahia em seu além mar. “Verona’s é uma banda que se inspira no corpo feminino, na literatura, na vida diária e popular. “É através do viver que a gente pensa música”, declara a vocalista Verona Reis.
De composições à improvisações no palco, a contra baixista e back vocal Makena, a baterista de voz suave Line Santana e a vocalista Verona Reis apresentam um show regado de música singular autoral e arranjos criativos. Singular porque são músicas com arranjos ousados, melodias híbridas e letras poéticas (“faz rima no meu corpo em geme enfim , do Nepal umbilical ao um beijo meu”).
Projeto
Transmitido gratuitamente pelo youtube do Asè Orin, o Casulo Digital realiza no dia 10 de fevereiro, das 16h às 20h, o Workshop de Beatmakers, ministrado pelo compositor e produtor musical Marcelo Sant’anna. A oficina tem como objetivo incentivar e apresentar técnicas, ferramentas e práticas para a composição e finalização de instrumentais de rap, através de softwares, instrumentos virtuais e samplers.
“A intenção é desmistificar a idéia de que compor, samplear, tocar instrumentos e sintetizadores através do computador é inacessível ou que exige o uso de diversos equipamentos”, explica Sant’anna, produtor musical da AqueHertz Estúdio. O Casulo Digital é um espaço online idealizado pelo Asé Orin para fomentar o desenvolvimento técnico da comunidade de artistas que potencializam a cena musical alternativa soteropolitana e que fazem parte da Aquarhertz: Mostra de Música Afroindígena Soteropolitana.
O projeto, que segue à risca as normas de vigilância sanitária no que diz respeito à prevenção da contaminação pelo vírus Covid-19, é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas , da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Serviço
O Quê: Asé Orin – show de Vandal de Verdade, Caboclo de cobre e Idyarury Quando: 06 de fevereiro, às 20h
Onde: Transmissão Online pelos perfis do Instagram (@ase.orin) e Youtube