Dia da Baiana terá web série na internet em homenagem ao símbolo da cultura baiana

Em comemoração ao Dia da Baiana do Acarajé, em 25 de novembro, será lançada uma web série no YouTube, redes sociais e no site do Visit Salvador da Bahia. A produção concebida pela Usina Digital, com apoio da Secretaria de Cultura (Secult), é dividida em três episódios e faz uma verdadeira imersão pela história, costumes, indumentária, religião e símbolos atrelados as baianas, que são consideradas patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Na data, um artigo também será publicado nas ferramentas digitais. De acordo o um levantamento da Associação das Baianas de Acarajé (ABAM), Salvador tem 3,5 mil baianas e baianos espalhados por toda a cidade.

O primeiro episódio contará a “História do Acarajé”, o segundo apresentará ao público o “Tabuleiro da Baiana” e o terceiro descreverá a “Indumentária e Religiosidade em Torno da Baiana”. A ideia de web série é apresentar um pouco do universo dessas mulheres e a magia em torno do processo de produção dos acarajés.

De acordo com secretário da Secult, Cláudio Tinoco, as baianas de acarajé são um patrimônio de Salvador. “Além de representarem as fortes mulheres que temos, elas são símbolo da cultura e da ancestralidade baiana. Quando o turista vê a baiana de acarajé, ele automaticamente já lembra de Salvador. E nada mais justo do que fazer essa homenagem a elas no dia 25 com o lançamento da web série”, assinalou o gestor.

Simbologia – Símbolos da cultura do estado, as baianas são reconhecidas de longe. Distribuídas pelos pontos turísticos e bairros da cidade, estão sempre a caráter. A saia rodada de renda branca se soma ao corpete, torço e adereços. As baianas de acarajé, muito além de comercializar as iguarias que preparam, são sinônimos de força e resistência.

Assim é a baiana Dulce Mary de Jesus, 48 anos, que ajuda a mãe no ofício desde criança. Há 22 anos assumiu o ponto da matriarca e monta seu tabuleiro na Praça da Sé, no Pelourinho, onde comercializa suas iguarias.

“Ser baiana é minha vida. O segredo do acarajé é bater bem a massa e amar o que faz”, contou. Devidamente paramentada, ela não abre mão de toda a indumentária branca que ressai aos detalhes coloridos dos colares e turbante. “Me arrumo toda, gosto da roupa, gosto de ficar uma baiana bonita para receber meus clientes, principalmente os turistas que têm verdadeira admiração por nós”.

Regulamentação – O ofício de baiana de acarajé é regulamentado pela Lei Municipal 26.804, de 1º de dezembro de 2015. Baianas e baianos de acarajé e do mingau precisam de uma licença emitida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), em caráter pessoal e intransferível.

No caso de morte do titular, poderá ser liberada uma nova licença para o herdeiro que reconhecidamente seguiu o ofício da pessoa licenciada. Os profissionais estão obrigados a respeitar, ainda, todas as normas de saúde, conforme prevê a Vigilância Sanitária de Salvador.

Prodetur – Várias ações com foco nas baianas estão previstas no Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que visa, entre outras questões do turismo, a valorização e reconhecimento da mulher em atividades relacionadas ao setor. Os eixos 1 e 3 preveem a criação de produtos turísticos envolvendo a gastronomia e cultura.

A ideia é apresentar a baianos e turistas roteiros que contemplem pontos importantes de representatividade gastronômica e cultural como a Feira de São Joaquim, Mercado Modelo, ABAM, Casa de Yemanjá e Largo de Sant’Ana, com destaque para a concentração de baianas de acarajé no Pelourinho, Amaralina, Rio Vermelho e Lagoa do Abaeté.

O programa também contempla o cadastro de produtos, serviços e produtores étnico-afro de Salvador, com intuito de dar visibilidade, ampliar e gerir esse acervo de opções turísticas. Os produtos/serviços cadastrados serão divulgados via website público, facilitando acesso para atração de clientes e captação de negócios. Também está previsto no programa a realização de rodadas de negócios específicas para as baianas de acarajé com seus fornecedores, visando a oferta de insumos de melhor qualidade com redução de custos e facilidade de pagamento.

Foto: Bruno Concha – SECOM