“Que legitimidade terá uma gestão eleita por 5 ou 6% da categoria?”, questiona
A pandemia do novo coronavírus fragilizou ainda mais a categoria dos advogados, a exemplo do que aconteceu com toda a população brasileira, especialmente a baiana. Um termômetro desta situação é a taxa de inadimplência com a anuidade da OAB-BA, em torno de 72%. Por conta disso, o ex-presidente e candidato à presidência da seccional baiana da Ordem pela chapa OABpraValer, Dinailton Oliveira, defende que a diretoria da entidade “tenha mais sensibilidade” e reveja a posição contrária ao voto dos inadimplentes, na eleição prevista para o dia 24 deste mês.
Em entrevista ao programa Acorda pra Vida, da Rádio Excelsior, na manhã desta quarta-feira (10), Dinailton respondeu aos apresentadores Almir Santana e Armando Mariani que a próxima direção da Ordem pode ter sua legitimidade questionada por falta de representatividade. “Se apenas 28% dos advogados baianos puderem votar, e temos quatro chapas concorrendo, quem vencer pode ter recebido apenas 5 a 6% dos votos, de uma categoria com mais de 70 mil profissionais. E sabemos que nem todos os habilitados vão querer votar”, ponderou o candidato.
Ele anunciou recentemente que a chapa OABpraValer vai recorrer judicialmente contra essa imposição, observando que essa é uma polêmica que está mobilizando a categoria em todo o país, por conta do agravamento da situação durante a pandemia, com os fóruns fechados e os advogados sem poder exercer com efetividade a profissão.
“Tem muito advogado abandonando a advocacia para poder sobreviver e sustentar suas famílias. Muitos estão sendo motoristas por aplicativo. E o que a nossa Ordem fez em benefício desses associados? Se limitou a distribuir cestas básicas, de forma humilhante”, reagiu Dinailton.