O presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Luiz Carlos Bergamaschi, participou, no dia 15 de março, do 1º Fórum Baiano do Agronegócio, promovido pela Ordem Brasileira dos Advogados (OAB), da Bahia. O evento reuniu entidades do setor, produtores rurais, representantes dos governos, a sociedade civil e operadores do Direito para debater as oportunidades e desafios para o agro, que responde por 24,3 do PIB do estado.
A Abapa teve cadeira no primeiro painel, ao lado do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, do secretario estadual de Agricultura, Wallison Oliveira Torres. O painel teve mediação do advogado Wagner Pamplona. Dentre os assuntos que se destacaram em todas as falas, as múltiplas oportunidades da Bahia para o agronegócio, além da segurança nos mais diversos âmbitos, seja alimentar, relacionada à integridade física das pessoas, ao patrimônio ou a chamada segurança jurídica.
“O que preocupa, hoje, o setor não é preço alto ou baixo, mercado pior ou melhor. A grande preocupação do nosso associado é a segurança jurídica. A instabilidade, a imprevisibilidade são o que nos tira o sono. As famílias que lá moram, há décadas, que criaram os seus filhos, construíram escolas e outras benfeitorias para todas as comunidades, hoje sentem o peso da incerteza. Para que haja investimento é preciso ter segurança jurídica. Investimento é retorno a longo prazo, demanda regras claras e transparência. Este evento é o tipo do diálogo que precisa ser promovido, pois é desta forma que construímos as soluções”, concluiu Bergamaschi.
Sustentabilidade
Bergamaschi ressaltou a organização dos cotonicultores e a prioridade que é dada à sustentabilidade como fatores decisivos para que a Bahia alcançasse e venha se mantendo, há quase duas décadas, como o segundo maior produtor de algodão do Brasil, detentor de recordes mundiais de produtividade em regime de sequeiro. “O estado, assim como o país, esteve muito próximo de ter a sua cotonicultura erradicada, nos anos de 1990, por causa de uma praga. O Brasil era o segundo maior importador de algodão àquela época, e se tornou, em 2019, o segundo maior exportador. Viramos esse jogo com muita estratégia, trabalho e com parcerias importantes com o governo, seja com a Embrapa, através da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, ou, aqui no estado, com a Adab, fundamental para a defesa fitossanitária e incansável no combate ao bicudo e outras pragas”, destacou, lembrando que a Adab é essencial para a segurança alimentar no estado.
Terra da Oportunidade
“Como disse o secretário da agricultura, a Bahia é sim uma terra de oportunidades. Foi isso o que tantos pioneiros viram quando se mudaram – muitos, apenas com o dinheiro da passagem – para uma região onde o solo podia não ser rico em nutrientes, mas o relevo é plano, tem boa disponibilidade de chuvas e água, e os preços da terra eram baixos, naquela época, porque ninguém queria. Vimos a oportunidade e nos agarramos a ela e hoje o estado é um caso de sucesso em produção sustentável de algodão, com escala e qualidade, e repercute positivamente na economia baiana. O Oeste também se tornou uma referência nas altas produtividades de soja e milho, e tudo isso num modelo sustentável de produção, que leva em conta não apenas o ambiental, mas o social e o financeiro. Sem subsídios, conquistamos tudo isso”, afirmou o presidente da Abapa.
Logística e segurança
Bergamaschi falou ainda sobre o programa da Abapa que recupera e/ou asfalta estradas vicinais no Oeste da Bahia, o Patrulha Mecanizada, e da importância desta iniciativa para o desenvolvimento regional. “Não apenas para o escoamento da safra, mas para a segurança de todos os que trafegam por lá, produtores ou não. Até o final do ano, o Patrulha terá entregados um total de 300 quilômetros de estradas, desde que foi criado o programa”, complementou.
Fonte/Foto: Site ABAPA