PEQUIM – A economia da China voltou a crescer no segundo trimestre após forte contração no início do ano, mas uma fraqueza inesperada no consumo doméstico destacou a necessidade de mais suporte para impulsionar a recuperação depois do choque da crise do coronavírus.
O Produto Interno Bruto (PIB) subiu 3,2% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta quinta-feira a Agência Nacional de Estatísticas, contra previsão em pesquisa da Reuters de alta de 2,5%, conforme as medidas de isolamento são relaxadas e as autoridades aumentam o estímulo para combater a contração.
Ainda assim, o resultado representou a expansão mais fraca já registrada, e segue-se à contração de 6,8% no primeiro trimestre, pior leitura ao menos desde o início da década de 1990.
“Como destacamos anteriormente, suporte ainda é necessário apesar da recuperação do ímpeto de crescimento”, disse Betty Wang, economista do ANZ.
“A possibilidade de ressurgência nos casos locais de Covid-19, a incerteza econômica global e a deterioração nas relações China-EUA apresentam riscos de queda para o cenário de crescimento da China no segundo semestre”, completou Wang.
Esses riscos foram parcialmente refletidos em dados separados de vendas no varejo, que mostraram que os consumidores mantiveram as carteiras fechadas.
As vendas no varejo contraíram 1,8% em junho sobre o mesmo período do ano anterior, quinto mês seguido de declínio após queda de 2,8% em maio e ante expectativa de aumento de 0,3%.
A perda de empregos tem sido uma das preocupações para os consumidores.
No primeiro semestre do ano, a economia contraiu 1,6% sobre os seis primeiros meses do ano anterior, destacando o impacto do vírus que surgiu primeiramente na China no final do ano passado.
Na comparação trimestral, o PIB saltou 11,5% entre abril e junho, contra expectativa de alta de 9,l6% e recuo de 10% no trimestre anterior.
O setor industrial ofereceu alguma esperança para o país, conforme tenta retomar o ritmo. A produção industrial aumentou 4,8% em junho sobre o ano anterior, terceiro mês seguido de crescimento, acelerando ante alta de 4,4% em maio.
Fonte:Reuters / Foto:REUTERS/Aly Song