Editorial – Os sete sinais de que as eleições municipais nunca foram prioridade do governador Rui Costa

Alguns ditos populares, expressões e provérbios atribuem ao número sete (7) a alcunha de número de mentiroso. Entretanto, em nosso dia a dia encontramos algumas coincidências, todas elas ligadas ao número…sete! Sete são os dias da semana, sete são as cores do arco-íris, sete são maravilhas do mundo antigo, assim como sete são as notas musicais.
Surfando na onda do sete, o Bahia Sem Fronteiras trouxe os sete sinais (coincidências ou não) que mostram que a disputa em torno do Palácio Thomé de Souza jamais esteve entre os leques de prioridade do governador Rui Costa.
Veja:

Centro de Convenções – Mesmo com o desabamento da estrutura do velho equipamento estadual, e sobretudo, após anúncio da construção de um Centro de Convenções da prefeitura, o governador Rui Costa se manteve passivo. Inaugurado na semana passada, com grande pompa, com direito a show de Maria Betânia e Claudia Leite, o CCS deve ser usado pelo prefeito ACM Neto e seu pré-candidato, Bruno Reis, como arma de grosso calibre nas eleições de outubro.

Pelegrino
Nome mais conhecido do PT em Salvador, Pelegrino foi chamado por Rui, em dezembro, para comandar a secretária estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur). De acordo com a opinião de muita gente boa, o partido pode ter perdido nesse momento um importante quadro para a disputa municipal.

Fechamento escolas
O anúncio do fechamento de algumas unidades escolares da rede estadual, em especial do Colégio Estadual Odorico Tavares, no bairro da Vitória, em Salvador, foi alvo de grande protesto em toda a Bahia. Medida mais “impopular” do que essa é difícil, ainda mais às vésperas da eleição. Tremendo tiro no pé!

Reforma da previdência
Outra medida do governador Rui Costa que deixou de cabelo até militância petista foi o projeto de reforma na previdência do funcionalismo público estadual. O projeto foi de manifestação de diversas entidades sindicais, historicamente ligadas ao petismo. Somado ao fechamento das escolas pode ter sido a pá de cal nas pretensões do PT.

Demora na escolha do candidato/estratégia
A demora do governador na escolha do candidato para a disputa da sucessão municipal foi alvo de diversas manifestações, seja de dentro do lado petista ou dos partidos aliados. O clima de insatisfação ficou evidente. A insistência por Bellintani e agora pela Major Denice só aumentou o clima de descontentamento. A estratégia de pulverizar as candidatura também foi bastante questionada.

Relação com a base
Após a sua reeleição, o desdém do governador Rui Costa com os partidos da sua base ficou cada vez mais claro. Muitas foram as cobranças públicas dos partidos aliados sobre Rui, sobretudo sobre o atraso de emendas impositivas e não distribuição de cargos.

O acaso
Como já não bastassem os seis itens acima listados, o governador tanto desejou que o “Sobrenatural de Almeida”, como diria Nelson Rodrigues, acabou dando uma força. O desdém de Rui pelas eleições municipais foi tão evidente que o destino fez com que ele caísse doente justamente naquela que talvez seja a maior festa popular do estado e sem sombra de dúvidas o grande termômetro político na Bahia, principalmente em ano de eleição: a lavagem do Bonfim. Sem o governador, o prefeito ACM Neto e sua turma reinaram absoluto em cima do ditado de que “quem tem fé vai à pé”.