Em três anos, 230 mil peixes são resgatados em região ameaçada pela seca na Bahia

No período de três anos, 230 mil peixes ameaçados pela seca na lagoa de Itaparica, em Xique-Xique, no norte da Bahia foram resgatados no local e transportados para o Rio São Francisco. As informações são do o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela ação.

Para o transporte, o instituto utiliza um recipiente chamado ‘transfish’, que é apropriado para transportar os peixes ainda vivos. Todo o processo é monitorado por analistas da instituição, que controlam os níveis de salinidade e oxigenação da água.

Conforme informou o Ibama, este ano na Bahia já foram transferidos 50 mil animais na primeira etapa da ação.

Entre as espécies resgatadas estão os peixes cascudo, corvina, curimatã, mandi amarelo, piau, piaba, carí, traíra, pescada, sarapó e surubim.

De acordo com o instituto, o índice de mortalidade durante o procedimento de transfish está abaixo de 3%, taxa considerada aceitável, já que para esse tipo de ação o índice de mortalidade aceito é de aproximadamente 10%.

O Ibama informou que a iniciativa surgiu após ser identificada um aumento na morte de peixes no complexo lagunar do Submédio São Francisco, em 2016. No ano seguinte, segundo Ibama, houve intensificação das mortes e com isso, foi definido o plano de ação emergencial “SOS Lagoa Itaparica” para reverter a situação.

A ação emergencial tem o objetivo diminuir as mortes dos peixes, além de combater o desmatamento, a pesca predatória, o lançamento inadequado de efluentes na água e a ocupação irregular em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Ainda na região de Xique-Xique, só que no ano de 2018, foram 160 mil peixes resgatados pelo Ibama. Já em 2019, um grupo de pescadores artesanais fez o salvamento sem acompanhamento técnico em lagoas marginais do São Francisco, na Ilha do Gado Bravo. Cerca de 20 mil peixes foram resgatados através de baldes, redes improvisadas e materiais reciclados, como latas de tinta e cestas de bicicletas.

Fonte: G1