De acordo com a ONU, quase 80% das empresas brasileiras já implantaram pelo menos uma das práticas da agenda, e especialista afirma ser possível traçar caminhos para um crescimento empresarial sustentável
Nos últimos anos, o termo “ESG” tem ganhado destaque nos círculos empresariais e de investimento. A sigla em inglês significa “Ambiental, Social e Governança”, três critérios essenciais utilizados para avaliar o desempenho de uma empresa em termos de sustentabilidade e responsabilidade corporativa. O Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2023 apontou que 78,4% das empresas brasileiras já aderiram a alguma prática da agenda, mas como essas ações são percebidas e se tornam vantagens competitivas?
De acordo com o Relatório ESG Radar 2023, em pesquisa realizada com mais de 2.500 empresas com faturamento superior a US$500 milhões instaladas nos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Índia, China e países nórdicos, 90% dos executivos afirmam que investir em práticas pautadas por ESG trouxeram retorno positivo. O setor deve movimentar cerca de R$273 trilhões até o ano de 2025. Segundo Jorge Artur Queiroz, consultor e multiplicador na área de ESG, escolher atuar a partir dessa pauta não é apenas uma escolha ética, mas também uma estratégia inteligente para o sucesso empresarial a longo prazo.
“Práticas sustentáveis oferecem uma variedade de vantagens para as empresas de todos os portes do ponto de vista ético e social, e também em termos econômicos e de reputação. O uso inteligente dos recursos possibilita realocação de capital, ampliando resultados socialmente sustentáveis”, revela o consultor. Linhas de créditos especiais estão sendo destinadas a empresas que adotam ações sustentáveis, capazes de auxiliar na redução de custos operacionais e aumentar a produtividade. Os benefícios podem ser ampliados significativamente, não apenas contribuindo para um mundo mais sustentável, mas também oferecendo benefícios tangíveis, incluindo a ampliação do faturamento, a atração de investidores e a construção de uma reputação sólida no mercado, se tornando uma estratégia inteligente para o sucesso empresarial a longo prazo.
Célula Sociodinâmica
Atuando no mercado há 25 anos, a Rede Matriz Criativa promove a inclusão dos mais diversos núcleos sociais ao universo corporativo através de ações estruturadas com uma metodologia própria, a Célula Sociodinâmica. Tecnologia social desenvolvida exclusivamente pelo grupo, que qualifica as discussões e orienta a pauta a partir da escuta e reconhecimento mútuo, a Rede realiza consultoria em gestão social com base na construção de redes comunitárias.
Diretor da rede, Jorge Arthur afirma que é possível traçar caminhos para um crescimento empresarial sustentável, colocando como base a construção de uma relação fortalecedora com as comunidades impactadas pelas empresas. “Em grupo reconstruímos o senso de humanidade para dinamizar o capital social e promover mais interação, cooperação e solidariedade, apoiando projetos concretos que resultem no que o sujeito ou grupo deseje realizar para a comunidade, e as empresas são grandes aliadas nesse processo, pois detém o capital que viabiliza a transformação”, finaliza Artur.
Entenda mais sobre ESG:
Environmental (Ambiental): avalia como uma empresa gerencia seus impactos no meio ambiente. Isso inclui suas políticas de energia renovável, eficiência energética, gestão de resíduos, conservação de recursos naturais e emissões de gases de efeito estufa. Empresas que investem em práticas sustentáveis muitas vezes conseguem reduzir custos operacionais a longo prazo, além de ganhar a confiança de consumidores cada vez mais preocupados com questões ambientais.
Social (Social): analisa como uma empresa trata seus funcionários, clientes, fornecedores e a comunidade em geral. Inclui questões como diversidade e inclusão, segurança no local de trabalho, direitos humanos, relações comunitárias e investimentos sociais. Empresas socialmente responsáveis geralmente atraem talentos mais qualificados, geram lealdade do cliente e evitam conflitos legais e reputacionais.
Governance (Governança): examina a estrutura de liderança e controle de uma empresa. Isso inclui a transparência financeira, ética nos negócios, independência do conselho, remuneração executiva e práticas anti-corrupção. Empresas com boas práticas de governança muitas vezes são vistas como mais confiáveis pelos investidores, o que pode levar a um custo de capital mais baixo e maior acesso ao financiamento.