A presidente do PSDB de Salvador, Cristiane Correia, é uma das principais apostas da sigla para as eleições de novembro. Jornalista de formação, Cristiane iniciou sua trajetória política há 16 anos, quando ocupou os cargos de secretária de gabinete do ex-deputado federal, João Gualberto. Posteriormente, ocupou também o posto de assessora de imprensa desse mesmo parlamentar. Preside o diretório municipal do PSDB desde abril de 2019.
Em entrevista exclusiva ao Bahia Sem Fronteiras, a jovem militante falou sobre a participação da mulher na política, eleições e a possibilidade de renovação na Câmara de Vereadores de Salvador.
Bahia Sem Fronteiras – De acordo com a Lei nº 9.504/97, 30% das candidaturas dentro dos partidos devem ser reservadas a candidatas do sexo feminino… As mulheres são contempladas de fato ou apenas de “fachada”? Existe discriminação dentro dos partidos? E dos eleitores?
Cristiane Correia – As mulheres são candidatas de fato, inclusive na última eleição o Ministério Público Eleitoral estava muito atento à questão dessas campanhas femininas de fachada, fazendo uma fiscalização e punição rigorosas nos partidos que lançaram candidatas mulheres apenas de fachada. No PSDB, pelo menos, as nossas candidatas são candidatas de verdade, não existe pseudo-candidatas. Vão fazer a sua campanha como qualquer outro candidato que seja homem. De fato, o preconceito existe sim, mas não é um preconceito do partido. É do meio político que é ainda constituído basicamente por homens. A inserção da mulher nesse meio político é um processo desafiador. Não é fácil. Basta você olhar para composição da nossa Câmara de Vereadores: a gente tem ali 43 cadeiras sendo somente sete mulheres. Na Câmara federal, entre os 413 deputados, apenas 10% são mulheres. Então, acho que essas estatísticas dizem muito desse cenário político que ainda é um universo masculino.
Você é de fato pré-candidata a vereadora? Se sim, qual é a bandeira que defendia pela sua campanha?
Sou sim pré-candidata a vereadora de Salvador. A minha grande bandeira é a educação e essa questão de gênero, no sentido minimizar essa diferença que existe nos espaços de poder institucional.
Como está a pré-campanha? Quais os sentimentos que você tem visto nas ruas?
Em minhas andanças aqui por Salvador eu percebo que a gente terá uma campanha atípica. Você ainda não vê, de um modo geral, a população engajada e envolvida em uma campanha política. No entanto, a gente vê sim, a classe política fazendo campanha. Por parte da classe política a campanha já esta bastante quente, todo mundo trabalhando em suas bases e correndo atrás dos seus votos. Mas, a população ainda não está com esse sentimento. Não percebo ainda esse sentimento de campanha política no meio do povo.
Em sua opinião haverá uma grande renovação na CMS?
Eu que acho existe uma probabilidade de isso acontecer sim. Esse é o sentimento que o vejo da população. A sociedade civil anseia por renovação. Existe no senso comum esse desejo de renovar. As pessoas estão cansadas desses políticos que aí estão e que fazem política da mesma forma, usando os mesmos modos operandi… Isso já gerou um certo desgaste da população em relação a isso. Agora, é bem verdade que estamos em um cenário bastante atípico e a gente se questiona e isso pode acontecer sim que é um grande numero de abstenção. Acho que muitas pessoas vão deixar de ir votar no dia da eleição por conta dessa pandemia. Mas, de qualquer forma eu acho que esse desejo de renovação está no ar e tem uma grande possibilidade de que a Câmara seja renovada. É uma tendência nos últimos pleitos…
Como presidente do PSDB, qual a expectativa do partido na quantidade de vagas para a CMS?
O partido foi montado e a gente vem trabalhando com os nossos pré-candidatos para que a gente faça no mínimo três vereadores e com probabilidade de fazer quatro. Temos trabalhado para isso e o partido foi montado nessa perspectiva. Estamos dando todo apoio a esses pré-candidatos para que a gente consiga realmente atingir essa meta.