Entrevista – secretário de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Meio Ambiente de Itajuípe, Vinicius Guimarães,

Situada na região sul do estado, na chamada zona cacaueira, o município de Itajuípe tem 22 mil habitantes. Além do cacau, o município vem se destacando também por abrigar industrias de área têxtil. O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Meio Ambiente, Vinicius Guimarães, conversou com o Bahia Sem Fronteiras sobre a atual gestão do prefeito Marcone Amaral, os principais desafios da administração municipal, e é claro, sobre política.

Gestão municipal
O slogan do governo por si só fala: honestidade. O que nós precisamos é colocar na atividade a questão da honestidade. Objetivar o segmento público. Isso tudo vem por conta da união com o próprio cidadão que começa a entender também que pode dar certo e adota uma postura participativa. Não somente de cobrança, que também é fundamental. Já estamos tendo resultados super positivos. Queremos fazer com que Itajuípe seja sustentável. Ela complete seu ciclo econômico, não somente como comodities de cacau.
Como em qualquer outro município temos dificuldades, principalmente de orçamento. Mas também tem aquela situação que nos provoca que é a inovação. Marcone tem um pensamento totalmente descentralizada quando chega para mim e diz: “Vinicius, anda. Toca aí que eu estou na retaguarda.”. Sempre me dá total apoio. Logico que dentro das nossas limitações. Hoje temos no município seis secretários com uma total transversalidade de pensamento. Conseguimos alinhar situações, sabemos o que pegamos, sabemos onde queremos chegar e que colocação queremos que o município chegue. Temos reuniões periódicas no gabinete, onde o prefeito escuta, acrescenta, tira… Estamos no caminho certo. É muito gratificante trabalhar na prefeitura de Itajuípe.

Cacauicultura
Estamos fazendo um trabalho de total austeridade, regulando as questões fiscais do município.
Nossa matriz econômica é baseada no cacau, onde a gente fez um trabalho de incentivo e retorno à produção. Queremos pegar todos os fatores históricos e fazer nosso plano de projeção. Tem várias coisas que podem ser aproveitadas. A vassoura de bruxa, a queda do coronelismo, que é uma cultura que eu vejo que não foi bacana, não foi trabalhada de uma forma exponencial, o capital era tão somente extrativista. Os recursos eram retirados e investidos na faculdade de medicina do filho, nos prédios do Corredor da Vitória, em Salvador, e em grandes propriedades no Rio de Janeiro. Não eram voltados para o desenvolvimento da cultura. Precisávamos de mais empreendedores do cacau. Pegando todos esses ganchos históricos e analisando o cenário que nós temos hoje, a gente está buscando produzir riquezas através do incentivo, do retorno à produção, e principalmente, com o cacau fino. Em Itajuipe hoje, de oito amêndoas selecionadas no Brasil para concorrer em Paris, como melhor amêndoa do mundo, duas propriedades são aqui da região. Outro desafio é também transformar os derivados. Tem os derivados do cacau, o próprio chocolate… Isso acaba gerando um ciclo sustentável… Além disso, estamos proporcionando cursos de qualificação para os pequenos produtores. Temos uma parceria extraordinária com o Sebrae, o Ifbahiano.

Industria Têxtil
Temos a Penalty que tem uma importância muito grande. Tem mais de 20 anos no município e responsável pela qualificação da mão de obra de forma exponencial. Temos também a Trifill que absorbe muitos egressos da Penalty, com cerca de 400 funcionários de Itajuipe. Estamos em busca de novas empresas, sempre antenados e aproveitando essa demanda que nós temos de mão de obra qualificada na área têxtil.

Parcerias com Estado
Hoje, temos incentivo com a BahiaTer, através da CAR. Além de buscar também outras vertentes. O prefeito Marco Amaral, com todo seu perfil idôneo, sempre tem tido boas respostas. A seriedade com que ele leva o governo faz com que acrescente à sua bagagem. O próprio Governo do Estado chega junto ofertando situações. Temos uma boa relação com a Seagri, Bahia Pesca e Adab. Inclusive, apresentei recentemente à Bahia algumas ideias que pudessem contemplar os microempreendores, agricultura familiar, os assentamentos e os produtores rurais.

Sucessão
Posso adiantar é que qualquer decisão estará alinhada não somente com o grupo politico de Marcone, mas também com o desejo e sentimento do munícipe que é continuar com uma gestão tão eficaz, honesta e voltada para o povo.