Encontros trazem temas que permeiam assuntos artísticos baseados em diversidade racial, de gênero e religiosa durante quatro meses.
A partir de 03 de março, às quartas-feiras de março e abril serão de encontros virtuais com artistas, pesquisadores e profissionais das artes da cena baianas que trazem importantes percepções sociais e coletivas no Podcast Casa Preta, ação que integra o Enxurrada III, projeto idealizado pelo Aldeia Coletivo. Ao todo, serão lançados oito bate-papos até o dia 21 de abril, que trazem reflexões cotidianas sobre perspectivas não hegemônicas.
Diante da pandemia e das consequências do novo Coronavírus (Covid-19), a estratégia é à distância possibilitar diálogos e análises de assuntos que são comuns no dia-a-dia da Casa Preta Espaço de Cultura, localizada no bairro Dois de Julho. Com 10 anos de ocupação artística e um vírus que desde março de 2020 interferiu na dinâmica e produção cultura do casarão de fachada preta, a intenção é abarcar experiências que surgem e aconteceram na convivência dos coletivos e frequentantes do espaço, mas que são comuns para outras pessoas, mediante as estruturas sociais e vivências quais estamos submetidos.
Com um tema diferente e com convidades que possam contribuir nas reflexões propostas, em cada episódio terá um mediador(a) que faz parte de um dos grupos da casa ou estão integrados às ações que atuam em parceria do espaço, para que haja diversidade e contribuições mais plurais. Essa é a poética do Enxurrada da Casa Preta III, que tem apresentado desde o mês de janeiro lives com produções culturais (música, teatro e poesia urbanas) baseadas em diversidade racial, de gênero e religiosa durante quatro meses.
O primeiro encontro debate o tema ”Espaços Culturais Alternativos”, movimento que cresceu em todo o país e que certamente está alterando o modo como a produção cultural se organiza. Com mediação de Vitor Barreto, co-gestor da Casa Preta, produtor cultural e integrante do Grupo Vilavox de Teatro, o #01 Podcast da Casa Preta traz os convidades Maju Passos (fundadora da Casa Charriot e especialista em produção cultural e economia criativa) e o artista LGBTQIA+, perfomer, educador social Georgenes Isaac, integrante do Coletivo das Liliths e gestor da Casa Evoé.
Os podcasts #02 e #03 tem como tema “Racismo estrutural, ambiental e religioso” e prometem aprofundar o racismo e suas manobras que exterminam e silenciam vidas, principalmente no que diz respeito às práticas religiosas e filosofias de vida afroindígenas. No dia 10 de março, o segundo podcast será conduzido por Belle Damasceno, cientista social e antropóloga, e traz como convidados Caboclo de Cobre, compositor, cantor e integrante do Aldeia Coletivo, e Sanara Rocha, pesquisadora, produtora cultural e multiartista. Já no dia 17 de março, o debate será mediado pela comunicóloga Bruna Rocha e terá as ricas contribuições da encenadora, dramaturga e pesquisadora da relação candomblé e teatro Onijasé, a performer e diretora de arte Tina Melo e a atriz e ekedi do Ilê Asé Oyá L’adê Inan (Alagoinhas) Fabíola Nansurê.
Para encerrar a primeira parte da temporada do Podcast da Casa Preta, o tema escolhido foi Planejamento Estratégico e Assessoria de Imprensa para Artistas Independentes, com apresentação de Laísa Gabriela, jornalista, gestora cultural e assessora de imprensa, integrante do Aldeia Coletivo e co-criadora do EPA Criativo. Lançado dia 24 de março, o encontro traz reflexões e dicas para que artistas emergentes possam compreender estratégias comunicacionais para divulgar seus trabalhos. Os convidades são Francini Ramos – gestora cultural e uma das responsáveis pela Jornada da Cena Independente; Rafael Brito – jornalista, assessor de comunicação e multi-artista – e ISSA – cantor, compositor e instrumentista.
O público ainda terá mais quatro encontros posteriores a esses, com os temas: Dimensões sensíveis do cotidiano na produção cultural: relações raciais, de gênero e sexualidades; Trabalho via apps, o dia na tela: posts, criações de conteúdo e edições de texto, redes sociais; Articulação: a importância de estar em canais de diálogo, grupos temáticos em redes sociais (o novo associativismo); O espaço cultural no território: experiências de relações com as comunidades do entorno; dias 31 de março, 07, 14 e 21 de abril, respectivamente.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Foto- Caio Lírio