Escola de salvador inova, cria métodos sobre a proibição do uso do celular na sala de aula. Pais aprovam!

A polêmica recente sobre o uso de celulares em ambientes escolares na Bahia reflete um debate global sobre a interação entre tecnologia e educação. O projeto de lei de autoria do deputado estadual Roberto Carlos (PV) em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia propõe a proibição do uso de celulares e outros dispositivos tecnológicos por estudantes nas salas de aula da rede pública e privada da educação básica. Em meio a essa discussão, escolas de Salvador, a exemplo do Villa Global Education, já pensam como enfrentar esse desafio de forma proativa e eficaz, promovendo uma reflexão sobre o papel da tecnologia no ambiente educacional.

A pedagoga Selma Brito, diretora pedagógica do Villa Global Education, reconhece os desafios apresentados pelo uso indiscriminado de celulares em sala de aula, e faz questão de destacar que o fundamental é priorizar a atenção plena e a gestão responsável da tecnologia, em entrevista, ela explica a iniciativa da instituição

“Em vez de simplesmente proibir o uso de celulares, a escola substitui esses dispositivos por ferramentas digitais específicas para cada aluno, como notebooks e tablets, criando assim um ambiente propício para uma interação mais produtiva com a tecnologia”, explica a pedagoga

Ao mesmo tempo, que a escola admite os desafios associados ao uso de tecnologia em ambiente escolar, como a segurança e o acesso a conteúdos inapropriados. Para enfrentar esses desafios, a escola implementou medidas como a criação de “zonas livres” para o uso de celulares e a conexão apenas à rede escolar, garantindo um ambiente controlado e seguro para os alunos.

Um aspecto importante dessa abordagem é a integração dessas habilidades digitais ao currículo escolar, o que garante que os alunos dominem a tecnologia, e também compreendam seu uso responsável e ético. Essa visão holística da educação digital prepara os alunos para o presente, e para o futuro, em que as habilidades tecnológicas são cada vez mais essenciais.

Ela conta que, além disso, a escola adaptou-se à nova realidade de maneira abrangente, fornecendo suporte extenso aos professores, alunos e pais por meio de documentos preparatórios, implementando uma Torre de carregamento de dispositivos para garantir o acesso seguro ao conteúdo, e estabelecendo um ecossistema digital diversificado que incorpora plataformas de aprendizado como Matífic, Árvore de Livros, Cognitive, IBI, Par e SAS. Essas ferramentas não apenas ampliam as oportunidades de ensino e aprendizado, mas também promovem habilidades digitais essenciais para a sociedade contemporânea, como cidadania digital, pensamento computacional e curadoria de conteúdo.
Aceitação por pais e alunos

Outro aspecto interessante desse debate é a reação dos estudantes e dos pais à política da escola. Embora os alunos inicialmente tenham resistido à proibição do uso de celulares em sala de aula, a aceitação por parte dos pais foi quase unânime. Isso sugere que há um reconhecimento crescente da importância de um ambiente de aprendizado focado e menos suscetível a distrações tecnológicas.

“É inegável a importância do uso da tecnologia na educação, seja por parte dos professores para enriquecer as aulas trazendo dinamismo interação, favorecendo a personalização da aprendizagem, seja por parte dos alunos com a ampliação de oportunidades de adquirir, assimilar e trocar conhecimentos….Esse equilíbrio é um grande desafio. Em minha casa, uma boa conversa sobre os benefícios e riscos, uma rotina bem entendida e a oferta de atividades fora das telas têm funcionado de forma satisfatória. ” Relata Renata Villas Boas, mãe de uma aluna do Villa.

No entanto, surge uma questão fundamental: estamos simplesmente segregando a tecnologia do ambiente educacional, ou estamos ensinando nossos jovens a usá-la de forma responsável e produtiva? O Villa defende uma abordagem equilibrada, que não apenas estabelece regras, mas também educa os alunos sobre o uso eficaz da tecnologia.

Ao considerar as diferentes faixas etárias e contextos educacionais, a escola propõe uma solução que prepara os alunos para compreender e valorizar as razões por trás das regras, em vez de simplesmente obedecê-las. Esse modelo pode servir de exemplo para outras instituições educacionais, mostrando que é possível integrar a tecnologia de forma que ela apoie e enriqueça a experiência educacional.

Cecília Noblat, aluna do Year 11, IB do Villa defende os métodos adotados pela escola “ A partir dessa substituição dos celulares por outros aparelhos eletrônicos, como os tablets ou os computadores, eu senti que a produtividade dos colegas em sala melhorou muito, já que ficamos menos dispersos e mais concentrados no conteúdo dado” conta a estudante

Além disso, segundo a aluna, “a troca também contribui muito para a melhora da nossa postura e proteção da visão, devido à diferença entre o tamanho e posição das telas. Tablets e computadores também são mais adaptáveis para o uso acadêmico”, afirma

Em última análise, o desafio não está em restringir ou proibir o uso de tecnologia na educação, mas sim em integrá-la de forma a ser uma aliada no processo de aprendizado, garantindo que seja uma ferramenta poderosa para capacitar os alunos a enfrentar os desafios do século XXI.

A reflexão é em torno do papel social da escola em educar o cidadão contemporâneo. “Se a escola não ensina sobre esses componentes da cultura digital, quem será o responsável por ensinar? Por que proibir? Alguém deve assumir a responsabilidade de ensinar essas habilidades aos alunos, e se não for a escola, quem mais poderia fazê-lo? ”, questiona Selma Brito.

Foto: Divulgação Villa