Estrada interditada, ruas e casas de bairros alagadas, famílias desabrigadas e infraestrutura deteriorada em diferentes regiões do extremo sul da Bahia são alguns dos problemas enfrentados devido às fortes chuvas que caíram essa semana no estado. No entanto, outras questões também preocupam os moradores, principalmente os estudantes de Direito aptos a realizarem a prova da Ordem dos Advogados do Brasil, secção da Bahia (OAB-BA), neste final de semana. A prova da 2ª fase (prático-profissional) do Exame de Ordem Unificado está marcada para ser aplicada no domingo (12), em Teixeira de Freitas, um dos municípios com decreto de situação de emergência em vigência pelo governo estadual. Os universitários da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) alegam que não têm condições de irem para a prova.
“Aqui no extremo sul a chuva continua intensa e a previsão é de mais água durante o final de semana. Estamos todos apreensivos porque na madrugada desta sexta, por exemplo, o nível do Rio Buranhém subiu tanto que deixou uma ponte na BR-101, a cinco quilômetros do centro da cidade de Eunápolis, totalmente submersa. E essa estrada é a que interliga o Norte e Sul do país e foi interditada por causa da tempestade. Esse tráfego interrompido tem dificultado a locomoção e, consequentemente, impossibilita as pessoas de realizarem seus afazeres do cotidiano”, salienta grupo de estudantes em manifesto enviado para a OAB-BA. Os universitários estão indignados com a resposta da Ordem, que negou o adiamento da prova e emitiu comunicado solicitando que todos comparecessem aos seus locais do exame no domingo.
“É um absurdo obrigar que os estudantes façam a prova em um momento tão delicado de ambas as regiões do sul e extremo sul da Bahia. Estamos mobilizando as pessoas para que possamos contestar e criar meios de reabrir o diálogo com a OAB. São duas universidades grandes, com um contingente enorme de pessoas vulneráveis socioeconomicamente e que estão passando por situações complicadíssimas. As residências delas foram alagadas, perderam muita coisa nessas chuvas. Precisamos ter o mínimo de solidariedade. Nosso estado tem sido massacrado pelas chuvas desde o final de novembro. E o povo pobre é quem mais se prejudicar, por todas as questões que já conhecemos”, frisa a estudante de Jornalismo da UFSB, Lia Valente. A previsão é de tempo fechado nas regiões sul e extremo sul da Bahia até a semana que vem, assim como em outras regiões do estado.