Festa da Boa Morte reaquece turismo étnico-afro em Cachoeira 

Uma multidão acompanhou, nesta segunda-feira (15), pelas ruas de Cachoeira, na zona turística Baía de Todos-os-Santos, a procissão de Nossa Senhora da Glória, o ponto alto da tradicional Festa da Boa Morte, iniciada no sábado (13). A manifestação afro-católica é promovida pela Irmandade da Boa Morte, formada por mulheres negras descendentes de escravizados, e segue até quarta-feira (17). O evento tem o apoio do Governo do Estado, por meio das secretarias de Turismo (Setur-BA) e de Cultura (Secult). 

A volta da participação popular, depois da pandemia, trouxe à cidade muitos turistas estrangeiros, como a norte-americana Suzan Windnagel. “Ouvi falar da festa por uma amiga e vim para conferir. Achei fascinante esta conexão da religião e da cultura afro com as tradições católicas.” 

A expectativa é que Cachoeira receba aproximadamente 150 mil visitantes, do Brasil e do exterior, durante os dias de festa. “É um espetáculo de luta e fé, que movimenta a cadeia do turismo étnico-afro em toda a região. Os hotéis estão lotados e o comércio multiplicando as vendas, o que representa injeção de mais recursos na economia”, ressaltou o titular da Setur-BA, Maurício Bacelar, que participou da celebração.  

“Essas mulheres negras são o retrato da resistência de um povo, que não se deixou sucumbir. É uma memória que deve ser preservada e valorizada”, acrescentou a titular da Secult, Arany Santana. 

A programação inclui ainda samba de roda, artesanato e gastronomia regional. No estande da Setur-BA, são divulgados os atrativos das 13 zonas turísticas da Bahia, com ênfase no Recôncavo. 

Foto: Ascom / Setur-BA