Responsável pelo cuidado, pesquisa e prevenção de todas as doenças e distúrbios da linguagem humana, que envolve a audição, a fala e a escrita, o fonoaudiólogo tem o seu dia comemorado no Brasil nesta quarta-feira (09). Em Salvador, esses profissionais atuam de maneira multidisciplinar, com médicos especializados em outras áreas, para tratar, principalmente, as sequelas de problemas neurológicos. O tratamento é feito nas unidades de referência do Município.
Médico da rede há quatro anos, o fonoaudiólogo Daniel Vaz tem realizado uma média de 40 a 50 atendimentos por semana pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nesse contexto de pandemia. Os atendimentos ocorrem no Centro de Saúde Mental e Reabilitação Dr. Álvaro Rubim de Pinho, em Itapagipe.
O profissional atende pacientes adultos e pediátricos que apresentam problemas de comunicação e de deglutição (ato de engolir alimentos) por eventos neurológicos diversos. O acompanhamento conjunto com neurologistas, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais envolve também a família do paciente.
Os problemas neurológicos que têm como sequela a dificuldade de comunicação e de deglutição são aqueles provenientes de traumas, como o traumatismo craniano, mas também de doenças, como o AVC, doença de Parkinson, microcefalia, doenças neuromusculares, distúrbio dos movimentos e tumores cerebrais, entre outros. Em alguns casos, pacientes que ficaram muito tempo internados e que fazem uso de via alternativa de alimentação, como a sonda nasoenteral e a gastrostomia, voltam a se alimentar normalmente pela boca após se tratar com um fonoaudiólogo.
Melhorias – Vaz conta que, após o tratamento, é possível notar melhorias significativas no desempenho dos pacientes. Em muitos casos, a comunicação torna-se funcional e a dificuldade para engolir os alimentos é reduzida. Consequentemente, são reduzidos os riscos de aspiração de alimentos e de infecções pulmonares.
“O que é mais gratificante na minha profissão é observar a recuperação da autonomia dos pacientes. Vê-los se tornar independentes é muito bom. Muitas vezes, o familiar me diz que voltou a entender o que o paciente quer comunicar em casa e há situações em que o próprio paciente me conta que está conseguindo ir ao mercado e dizer o que quer. Esses ganhos que parecem mínimos tomam proporções muito grandes, essas pessoas tornam-se socialmente ativas e funcionais”, conta.
Acesso – Para ter acesso ao atendimento de fonoaudiologia, o morador da capital baiana deve ir a uma das 153 unidades básicas da rede municipal para realizar o agendamento da consulta. É necessário apresentar o cartão SUS de Salvador, documento oficial de identificação com foto e a requisição médica com o pedido do acompanhamento especializado. Logo depois, o paciente será encaminhado para uma das unidades de referência da rede própria ou privada contratualizada pela Prefeitura para ter o acompanhamento.