O grande desafio do produtor rural tem sido produzir em quantidade e qualidade suficiente para garantir a segurança alimentar do mundo. Contudo, para assegurar a continuidade da atividade agrícola, ele precisa cuidar também do meio ambiente. Nesta dicotomia entre produzir e preservar, a categoria tem investido pesado em modelos de agricultura sustentável, com vistas em aumentar a produtividade e diminuir o impacto sobre os recursos naturais.
A adoção de boas práticas agrícolas é a fórmula para o equilíbrio. No Oeste da Bahia, muitos agricultores praticam a chamada agricultura de baixo impacto. O modelo, baseado nos cuidados com o solo e com as águas, será tema do Fórum de Inovação em Agronegócio, que irá discutir, no próximo dia 21 de agosto, em Luís Eduardo Magalhães, soluções simples e eficazes para a sustentabilidade no agronegócio.
O evento, realizado pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) em parceria com a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp), vai reunir especialistas renomados nacionalmente para debater o tema, apresentar cases de sucesso na região e mostrar os resultados parciais de experimentos conduzidos por instituições de pesquisas, a exemplo da Fundação Bahia e da Embrapa.
De acordo com a analista ambiental da Aiba, a engenheira agrônoma Glauciana Araújo, o evento faz parte da programação itinerante da Federação, que tem levado a discussão a várias regiões do Brasil. “O objetivo é mostrar soluções sustentáveis e fomentar entre os produtores e agrônomos a adoção de tais práticas, com vistas na sustentabilidade da agricultura, seja ela de pequena, média ou grande escala”, pontuou.
Uma das palestras mais esperadas é a do professor e pesquisador da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Juca Sá. Com vasta experiência no assunto, ela falará sobre construção da matéria orgânica, correção de solos arenosos, balanço de carbono e estratégia de fertilização através do Sistemas de Plantio Direto (SPD).
Adepto às boas práticas de manejo, o produtor rural Luiz Pradella, conta que o agricultor é, por natureza, um amigo do meio ambiente, pois dele depende a manutenção do seu negócio. “O caminho é cuidar para produzir. Há muitas medidas conservacionistas que podem trazer ganhos para o produtor, para a produção e para o meio ambiente”, disse, ao citar o plantio direto na palha; a rotação de cultura; a fertilização dos solos, através da adição de pós de rocha; sequestro de carbono; integração lavoura-pecuária, entre outras práticas.
Para ele, a sustentabilidade na agricultura é mantida pelo tripé composto pelo social, ambiental e econômico. “Só podemos dizer que a atividade é sustentável se ela contemplar essas três áreas, e é isso que o agronegócio da região mais tem feito. A realização desse fórum veio em momento oportuno para demonstrar isso e desfazer a imagem negativa do setor que mais investe em tecnologia e preservação”, observou Pradella, que é conselheiro da Aiba e vice-presidente da Febrapdp.
O diferencial desta edição do Fórum é que, além das abordagens técnicas, haverá também palestras com o cunho comportamental. “O poder da autoresponsabilidade nos negócios” será tema de palestra com a coaching Rúbia Franciosi, especialista em terapia cognitiva. Além disso, o evento reunirá teoria e prática, com a inclusão de visitas às estações do Dia de Campo, na área experimental da Fundação Bahia. Os interessados em participar do Fórum de Inovação em Agronegócio devem ficar atentos à disponibilidade de vagas. O investimento é de R$ 100 reais e as inscrições podem ser feitas presencialmente na sede da Aiba.